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Revoltados, torcedores deixam o Mineirão ainda no intervalo

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Humilhação. Vergonha. Catástrofe. Revolta. Pior dia da vida.

Era assim que os torcedores que iam deixando o Mineirão antes do fim do 1º tempo do jogo definiam a derrota do Brasil para a Alemanha em casa. A partida terminou em 7 a 1.

Nem a mulher do goleiro Julio Cesar, a ex-atriz Susana Werner, aguentou assistir à partida até o fim. Ela saiu do estádio logo após a Alemanha marcar seu 5º gol. Abordada pela Folha, uma amiga da ex-atriz interveio dizendo "Agora não" para a reportagem.

Um dos primeiros a deixar as arquibancadas, o engenheiro Marcelo Stefani, 56, de Ribeirão Preto, que assistiu a todos os outros jogos do Brasil na competição, saiu do estádio revoltado.

"Estamos participando da maior vergonha do país, o time está morto, não tem condição de virar e eu não quero ficar aqui dentro e participar disto", disse Stefani.

Já o empresário Frederico Turner, 54, de Belo Horizonte, responsabilizou também o treinador da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, pelo resultado parcial.

"Felipão é um irresponsável. O Brasil só chegou até a semifinal porque os outros times eram fracos. Isto é uma vergonha. Eu não vou ficar no estádio para ver isso", desabafou Turner.

Torcedores relataram também clima de muita revolta dentro do estádio. O advogado paulista Thomas Bradfield, 54, deixou o Mineirão por temer violência nas arquibancadas.

"Estou indo embora por causa da violência. As pessoas estão alteradas lá dentro e as discussões começaram. Prefiro sair antes de terminar esta humilhação", disse Bradfield.

O aposentado João Carlos Marzola, 73, de Brasília, acompanhado dos filhos e netos, além da humilhação pelo placar, também deixou o estádio cedo por causa da violência.

"Não dá para anistiar essa derrota. É uma vergonha, uma derrota que nunca vi igual. Como uma seleção pentacampeã toma cinco gols em 15 minutos?", questionava. "Tem brasileiro brigando com brasileiro porque uns pedem para torcida apoiar e outros querem xingar a seleção. Estamos com muito medo", afirma a empresária Nayara Diniz, 25, que estava com o grupo.

O engenheiro mecânico Henrique Costa, 45, e a médica Aline Chaves, 38, ambos da capital mineira, esperaram até o início do 2º tempo para ir embora.

"Não dá pra suportar mais. A gente esperava que o Brasil honrasse a camisa, que fosse 5 a 2, pelo menos. Seis a zero não dá!", diz Costa.

Em meio à debandada brasileira do Mineirão no intervalo estavam dois alemães. Os amigos de Stuttgart na Alemanha, não saíram por vontade própria, mas sim porque foram agredidos por brasileiros.

"Eu levei um soco no ouvido e não estou escutando nada. A gente queria apenas comemorar", conta o engenheiro Eugene Rene, 33. "Isso tudo é para dizer para Fifa que é preciso separar as torcidas. Os alemães não podiam estar no meio dos brasileiros", acrescentou.

APITO FINAL

Muitos brasileiros resistiram até o fim da partida. O carioca Everson Rios, 28, técnico de telecomunicações, aos prantos, era um deles.

"Só quero dizer que enquanto a maioria abandonava a seleção, eu e muitos outros lutávamos até o fim. Porque a gente tem que apoiar o time na vitória e na derrota", afirma. "Duvido que se amanhã [quarta] a Argentina perder dessa maneira, os argentinos deixem o estádio. Aqui veio gente que não sabe torcer. Já enfrentamos coisas piores com o Flamengo e conseguimos reverter", acrescentou.

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