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O alemão: "O jogo de suas vidas"

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A equipe alemã está sentindo necessidade de se manifestar. O assunto é sério. As palavras precisam ser exatas. Não há meias palavras nem se pode fazer rodeios. Tudo está em jogo. Mas ainda não se sabe quem ganhará a palavra.

Joachim Löw ainda não decidiu quem falará. Minutos antes do pontapé inicial de cada partida, ele dá a palavra a um dos jogadores. O capitão Philipp Lahm e o "vovô do futebol" Miroslav Klose já tiveram essa honra. Antes das quartas contra a França, foi Per Mertesacker, que ficou sabendo na noite anterior a partida, que não seria escalado. Mesmo assim, foi ele que falou à equipe. O zagueiro lembrou aos colegas, em um discurso emocional, que o que estava em jogo era muito mais do que um lugar de titular. O que contava era de se ter um objetivo e um sonho em comum.

E seja quem for escolhido para falar no domingo (13/7), nos vestiários do lendário Maracanã, deverá também usar de frases patéticas como essas.

Mas vamos deixar os rodeios de lado. O ponto alto desta 20ª Copa do Mundo, será a final Alemanha x Argentina. O planeta inteiro estará assistindo. E, pelo menos para onze jogadores alemães, este será o jogo de suas vidas.

"Estar presente na final de uma Copa do Mundo é a maior experiência que um jogador de futebol pode ter. A Copa acontece apenas a cada quatro anos e uma final não pode ser comparada com nada", disse o atacante Thomas Müller algumas horas antes do início da "Missão Maracanã".

Às 18h45 da sexta-feira (11/7), a seleção alemã deixou pela última vez o Campo Bahia. Saiu em comboio e foi acompanhada por uma escolta policial. Na despedida, havia uma bandeira alemã estendida na entrada do local pelos funcionários que lá trabalharam. Nela estava escrito: "Estamos muito orgulhosos de vocês".

Quase duas horas depois, saíram em um voo fretado, de Porto Seguro direto para o Rio de Janeiro. Os jogadores puderam admirar da janela do avião o Maracanã todo iluminado. Do aeroporto foram direto para o Sheraton Rio Hotel&Resort na chique praia do Leblon. O jantar foi servido às 23 horas e a partir da meia-noite foram dormir. "Por nós, tudo pode começar", disse Lahm enfático.

Em quatro torneios consecutivos, a Alemanha esteve muito próxima de entrar para história do futebol. Na Copa de 2006, a geração do "conto de fadas" conseguiu o terceiro lugar. Em 2008, Ballack e cia. perderam a final do Eurocopa contra a Espanha. Em 2010 ficou a dúvida: alegrar-se ou não com o terceiro lugar na Copa do Mundo na África do Sul. E, em 2012, ficou claro que a semifinal contra a Itália na Eurocopa foi uma decepção. Mas tudo isso, faz parte do passado. E, aqui e agora, uma nação inteira está certa de que: 24 anos após o triunfo de Roma o time alemão vencerá novamente a Argentina. Este é o sonho de cada um dos jogadores —heróis desde a infância. Toda a Alemanha quer apenas uma coisa: ser campeã do mundo.

"Queremos que o troféu finalmente volte para a Alemanha", disse Lahm resoluto, em Hannover, em setembro de 2012, antes do primeiro jogo de qualificação da Copa do Mundo contra as Ilhas Faroe.

No entanto, apesar de nos últimos anos sempre ter faltado aos jogadores alemães este último degrau para a vitória, a equipe titular de Löw também é composta por muitos jogadores que sabem como ganhar a final de um grande torneio.

Seis jogadores foram campeões em 2009 da Eurocopa sub-21: Neuer, Höwedes, Boateng, Hummels, Khedira e Özil. Os juniores da seleção alemã ganharam neste ano de 4 a 0 da Inglaterra, no Estádio Swedbank, em Malmö, na Suécia. E agora, cinco anos depois, talvez a melhor geração do futebol da Alemanha, juntamente com o restante do grupo de 2006: Schweinsteiger, Klose e Lahm (no banco Mertesacker e Podolski) ganhará o ouro.

"Temos uma geração de jogadores que tem evoluído muito nos últimos anos. A equipe amadureceu", disse Lahm. Até mesmo os jogadores que não foram campeões europeus sub-21 saberiam como ganhar um título. "Essa experiência é importante", disse Lahm, "você pode passar por toda a nossa equipe e verá que cada jogador já jogou alguma partida importante e decisiva em sua carreira."

Realmente, todos os jogadores titulares que jogaram na partida histórica na semifinal de 7 a 1 contra o Brasil, já colecionaram muitos títulos. Somente está faltando o prêmio principal no mundo do futebol, com 6,2 kg e 36,8 centímetros de altura: o troféu da Copa do Mundo.

"Cada equipe tem sua própria história", disse o manager da seleção alemã Oliver Bierhoff. A história da geração Maracanã será escrita no domingo (13/7), às 16h. Durante 90 minutos. Talvez 120 minutos. E talvez ainda mais. "Sinto determinação na nossa equipe. Desde o primeiro dia no Brasil". Bierhoff, que também jogou e perdeu na final em 2002, disse: "Naquela época, estávamos um pouco perdidos em meio ao torneio. Desta vez é diferente, porque desta vez, queremos e muito chegar neste último degrau".

Não deve ser difícil encontrar as palavras certas antes do início da grande partida no domingo. Talvez seja suficiente orientar-se em Franz Beckenbauer. O que quase sempre significa fazer a opção certa. Fala-se que, antes do último título da Copa do Mundo, em 1990, o ex-chefe da equipe alemã enviou os seus jogadores ao gramado do estádio Olímpico de Roma, com o melhor conselho de toda a sabedoria do futebol. Beckenbauer, o "Kaiser" disse apenas cinco palavras: "vão lá e joguem futebol!"

Tradução de CARLA SILVEIRA

Editoria de Arte/Folhapress
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