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O argentino: "Messi, o poeta da bola"

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Para os argentinos, parece incrível que tenha chegado este dia, depois de tantos anos voltando para casa nas malditas quartas de final.

Passados cinco mundiais, no sexto a seleção volta à final. Contra a Alemanha, como no México em 1986 e na Itália em 1990. Obviamente sonhamos com um desenlace como o do estádio Azteca. Mas com outro Maradona, claro.

Trata-se de Lionel Messi, que pode ser definido como um Diego moderno, craque pelo peso de seu nome, mas que enfrenta um desafio maiúsculo: superar o maior 10 de todos os tempos, deixando de lado Pelé e sem ferir as susceptibilidades dos brasileiros, especialmente depois da derrota contra a Alemanha.

Hoje pode ser o grande dia que Leo esperava, quase de acordo com a letra de Joan Manuel Serrat, torcedor do Barcelona, a equipe que impulsionou o craque argentino com sua magia.

É assim que Leo, que não concebe "impossíveis" com a bola, deve encará-lo. Afinal, é o melhor jogador do mundo disputando uma final que imaginava desde quando era moleque em Rosario.

E ainda que não tenha jogado com todas as luzes que sempre o iluminam, e o gênio pareça ter decidido descansar na lâmpada no jogo contra a Holanda, podemos afirmar que o sonho que ele dividiu com seu travesseiro durante tantas madrugadas já é realidade.

Depende só dele concretizá-lo e assim derrubar o mito do Maracanã, o mesmo Maracanã que 64 anos atrás emudeceu com os gols uruguaios. "La Pulga" quer ser "Pelusa", o apelido que Diego tinha quando surgiu na primeira divisão do Argentino Juniors.

Comparações costumam ser odiosas, mas é inevitável comparar os camisas 10 mais importantes na história do futebol argentino. Mesmo para Messi, que fez todo o possível nos últimos anos, conquistando quatro bolas de ouro e todos os títulos possíveis, na Espanha e na Europa, a coroa de uma Copa do Mundo é necessária.

É preciso levantar o troféu dourado e apontá-lo para o céu, como fez Diego em 1986, quando enfileirou ingleses e fez um acordo com Deus para um gol de mão inesquecível. Para terminar, enfim, de conquistar os corações de 40 milhões de argentinos ansiosos por um novo laurel para o escudo da Asociación del Fútbol Argentino.

Messi é popular pelo futebol e não pelo carisma. Talvez isso se deva ao seu modo de ser, ao fato de viver desde criança do outro lado do Atlântico. É ídolo porque seu pé esquerdo faz aquilo que nenhuma outra canhota é capaz, mas nunca esteve tão próximo da torcida quanto Carlos Tevez ou, agora, neste Mundial em que voltou a colocar a seleção argentina na final, quanto Ezequiel Lavezzi.

Uma vitória contra a Alemanha significaria para Leo gravar com o fogo do afeto seu nome no coração do povo do país em que nasceu, mas que praticamente não o viu crescer.

Messi precisa de uma atuação consagradora ou bastará o que fez até agora? "La Pulga" chega cansado à final. Teve atuação chave nas quatro primeiras partidas, com gols decisivos na primeira fase e um passe extraordinário a Ángel di María que pôs ponto final ao jogo contra a Suíça, evitando o estresse de uma decisão por pênaltis. Mas não apareceu com todo o esplendor ante a Bélgica e Holanda.

Para alguns, o que ele produziu até o momento dá e sobra. Para outros, ele precisa de um último tango. Tomara que seja no anoitecer do Rio que Messi saia campeão; seria um ato de justiça poética para um futebolista que, como nenhum outro, soube escrever rimas com a bola.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

Editoria de Arte/Folhapress
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