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Peso-pesado do Brasil, judoca Maria Suelen Altheman mira cubana no Rio

A judoca Maria Suelen Altheman, 27, diz que poucas coisas a tiram do sério. As aulas obrigatórias de dança que precisou fazer no curso de educação física estão entre elas. A rival cubana que jamais venceu é a principal.

"Não são as cubanas, é uma cubana [Idalys Ortiz]. O estilo de luta dela me atrapalha, me irrita", confessa.

Campeã olímpica em Londres-12 e bronze em Pequim-08, Ortiz está intimamente ligada, ou atravessada, na carreira da brasileira.

A venceu em duas finais de Mundial, em 2013 e 2014. Na última, ainda provocou com um ippon a grave lesão que a afastou dos tatames por um ano e quase comprometeu a sua participação nos Jogos Olímpicos de 2016.

"O principal foco é a cubana mesmo. Não que as outras sejam fracas, mas trabalhamos para derrubá-la no dia 12 [de agosto]", diz o técnico e medalhista de prata em Sydney-2000, Carlos Honorato, com quem Suelen namora há uma década.

"Se encontrá-la, encontrei. Para ser campeã olímpica preciso vencer quem aparecer", argumenta.

Mas a algoz está longe de ser o objetivo único de sua carreira. A atleta, que diz ainda ficar nervosa enquanto não ouvir o seu nome na convocação, que acontecerá em maio, tem como obsessão voltar a ficar entre as oito melhores do ranking mundial.

Altheman rompeu, em setembro de 2014, três ligamentos do joelho direito: cruzado anterior, colateral lateral e colateral medial, lesão rara no esporte que ela chama de "obra de arte".

As perspectivas com recentes desempenhos voltaram a animar. Foram dois encontros com Ortiz neste ano, com duas derrotas apenas por diferença de faltas.

O principal aspecto motivacional, no entanto, são os dois títulos consecutivos: o Grand Prix de Dusseldorf, na Alemanha, e o Aberto Pan-Americano de Lima, no Peru, saindo da 22ª colocação no ranking para a 13ª. A cubana Ortiz é a segunda colocada da lista na categoria acima de 78 kg (peso-pesado), hoje liderada pela chinesa Sisi Ma.

"Muitos veem o lado ruim de ter ficado fora, mas penso no positivo disso. Havia um foco muito grande em cima dela", cita Honorato.

O discurso que não sai da boca da judoca é o de "treinar competindo".

E justifica-se. Só este ano, participou de cinco torneios e ainda prevê estar em mais outros seis até a Olimpíada.

O período de tratamento de lesão também a deixou mais responsável fisicamente.

"Fiquei mais cuidadosa e coloquei alguns limites para o meu corpo. Não deixei de fazer, só incluí treinamentos que me ajudam a prevenir lesões", conta, mas ela diz que sem exageros: "Joelheira é psicológico, não uso".

A judoca desfruta de uma categoria (+78 kg) de pouca vigilância com relação ao peso, mas abriu mão dos refrigerantes para tentar melhorar o desempenho.

"É o oposto do efeito da suplementação que tomo, não faz sentido", explica.

Para esperar o sonhado dia, ela continua usando a tática sugerida pela psicóloga durante o período no qual sequer podia chegar perto dos tatames: pintar mandalas. "Acabei uns quatro livros".

De volta aos bons resultados, ela pensa na adversária e, principalmente, no dia das lutas de sua categoria nos Jogos do Rio, que coincidirá com o seu aniversário.

"Vai ser o meu presente".

GEÓRGIA

Maria Suelen Altheman (+78kg) e mais quatro judocas brasileiros lutam neste domingo (27) no Grand Prix de Tbilisi, na Geórgia. Além dela, estarão na competição Tiago Camilo (-90 kg), Luciano Corrêa (-100 kg), Rafael Silva (+100 kg) e Mayra Aguiar (-78 kg).

Nesta sexta (25), Rafaela Silva (-57 kg) venceu suas quatro lutas por ippon e ficou com o ouro na categoria leve. Érika Miranda (-52 kg) perdeu nas quartas de final, se recuperou e foi bronze.

RAIO-X

Nascimento: 12.ago.1988 (27 anos), em Amparo (SP)

Principais conquistas: prata nos Campeonatos Mundiais do Rio-2013 e de Cheliabinsk-2014; bronze nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara-2011 e Toronto-2015; quinta colocada nos Jogos Olímpicos de Londres-2012

Categoria: Peso-pesado (+78 kg)

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