Publicidade
Publicidade

Com ioga e charme, brasileira quer ser a mais rápida do país e fazer final olímpica

Nos EUA, treinos e ioga. No Brasil, passos de hip hop e charme. Assim Rosângela Santos espera alcançar o equilíbrio que precisa rumo à sonhada final olímpica dos 100 m nos Jogos do Rio.

A velocista de 25 anos treina há dois na Universidade de Miami, bancada pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil). Sempre que volta ao Rio, porém, reencontra as origens de seu gingado no bairro de Madureira.

"Me acabo no fim de semana, fico destruída quando estou no Brasil. Minha técnica já sabe que, na segunda-feira, quando volto, não treino. Tem Viaduto de Madureira [baile charme], no sábado, e uma festa nova no domingo chamada "Pretos que Prestam", na Cufa [Central Única das Favelas], que é só hip hop e o negócio bomba", diz Rosângela à Folha.

Se no Brasil ela busca agito, nos EUA a novidade são as aulas para ter maior harmonia entre corpo e mente.

"Estou fazendo ioga. É novidade. Tanto ioga para meditação quanto para alongar. Sou péssima no alongamento. E a ioga está me ajudando, já está dando efeito na largada, para me acalmar naquela adrenalina. Mas, para mim, é chato, é demorado, é complicado ficar no 'ooommm...'", brinca a atleta.

Essa mudança é para conseguir bater o recorde brasileiro dos 100 m [11s01, de Ana Cláudia Lemos ] e chegar a uma inédita final olímpica em agosto. Em 2015, Rosângela atingiu duas vezes a marca de 11s04.

"Quero pegar final na Olimpíada. Vou ter que melhorar meu tempo, baixar dos 11s. Não tem como. Quero baixar de 10s95 para ter uma final certa. Isso já é um grande passo. Acredito que posso fazer, não é fora da realidade, não estou viajando. No treino faço abaixo, mas na hora da prova é diferente, tem as outras sete corredoras, tudo passa na cabeça, concentração, técnica. Competição é tensa. Difícil fazer tudo certo", explica Rosângela.

Sobre o teste positivo de doping de Ana Cláudia, revelado pela ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Doping), no início do mês, Rosângela não quis falar. No entanto, disse que a equipe brasileira do revezamento 4 x 100 m, da qual ela faz parte, precisa estar consciente que pode perder uma atleta a qualquer momento.

"Cada atleta tem sua especialidade, ela [Ana Cláudia] é nossa principal atleta junto comigo. Mas temos que acreditar nas outras meninas. Pode acontecer de alguém se machucar, tem que ter um plano B. Vão seis atletas de qualquer forma. Tudo pode acontecer até julho, quando a equipe vai fechar", diz Rosângela.

A CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo) também não quis comentar sobre o teste positivo por ele ainda estar sob a tutela da associação antidopagem. "O caso ainda está na égide da ABCD", disse em nota.

Com índice nos 100 m e 200 m para os Jogos do Rio, a atleta nascida em Washington (EUA) –mas que desde um ano de idade mudou-se para o Rio– afirma ainda que pode desistir de competir na segunda prova mais rápida do atletismo na Olimpíada.

"A meta principal é o 100 m e o revezamento. Estava me preparando para fazer os 200 m também. Mas vai ficar difícil. Cansativo. Devo correr cinco ou seis dias seguidos na Olimpíada", conclui.

Enquanto agosto não chega, ela treina, nas pistas de atletismo e de dança.

O jornalista MARCEL MERGUIZO viaja a convite da Nissan

Instagram

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade