Às 6h de Brasília desta quinta-feira (21), o item que melhor caracteriza o simbolismo dos Jogos Olímpicos será aceso em cerimônia exclusiva e, pela primeira vez na história, terá o Brasil como porto de chegada.
É por volta desse horário que um raio de sol incidirá num espelho cujo calor refletido criará uma chama na grama das ruínas do Templo de Hera, no sítio arqueológico de Olímpia, onde os Jogos foram concebidos em 776 a.C.
No estádio, a poucos metros do palco da solenidade, se dará início ao revezamento que acaba no dia 5 de agosto, no Rio de Janeiro, data da cerimônia de abertura dos Jogos.
Olímpia, berço dos jogos olímpicos
O primeiro atleta a portar a tocha será o grego Eleftherios Petrounias, ginasta campeão mundial da prova de argolas. Ele passará o objeto para o ex-jogador de vôlei Giovane Gávio, bicampeão olímpico nos Jogos de Barcelona-1992 e Atenas-2004, que será o primeiro brasileiro a cumprir uma perna no revezamento.
"A Grécia é o lugar do nascimento da Olimpíada. A maior glória que poderia acontecer comigo é começar este revezamento dos Jogos Olímpicos como primeiro atleta do mundo. É algo único. Uma honra que não viverei de novo na vida", disse Petrounias, que esteve presente no evento-teste da ginástica artística no Rio, disputado nesta semana.
Em meio aos protocolos, as bandeiras olímpica, brasileira e grega serão hasteadas.
Dirigentes como o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, o chefe do comitê Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, e o presidente do Comitê Olímpico Helênico, Spyros Capralos, discursarão –haverá também uma apresentação de dança.
Havia expectativa de a presidente Dilma Rousseff participar da cerimônia. Mas, em meio ao processo de impeachment, que avançou para o Senado no domingo (17), ela desistiu de participar em anúncio no início do mês.
O evento na pequena cidade, que fica a cerca de 300 km de Atenas e mais parece um vilarejo –tem cerca de 15 mil habitantes–, envolve representação de sacerdotisas e personagens que remetem ao imaginário da Grécia antiga.
A tocha ainda rodará alguns dias por cidades do país até parar em Atenas, no dia 27.
Ainda passará por Lausanne, sede do Comitê Olímpico Internacional, e por Genebra, sede da ONU, antes de partir para o Brasil. A aterrissagem ocorrerá no dia 3 de maio, em Brasília –o fogo olímpico passará por mais de 300 cidades do país, de todos os Estados.
No primeiro dia na capital federal, a maior atração deve ser o ex-atleta Joaquim Cruz, campeão olímpico dos 800 m nos Jogos de Los Angeles e prata na mesma prova em Seul-1988. Coube a ele acender a pira dos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007.
O revezamento da tocha foi idealizado antes dos Jogos Olímpicos de Berlim-1936, pelo alemão Carl Diem, e se mantém como um dos grandes chamarizes da Olimpíada.
NA TV
Acendimento da tocha
6h TV Globo e SporTV