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Rio-2016

Anistia afirma temer aumento de violência policial nos Jogos Olímpicos

A Anistia Internacional publica nesta quinta (2) relatório alertando para o risco de aumento da violência policial e de violações de direitos humanos durante a Olimpíada.

Segundo Atila Roque, diretor-executivo da Anistia, a principal preocupação é a violência nas favelas e a repressão nas manifestações. "Durante a Copa, houve um aumento de 39,4% nos homicídios decorrentes de intervenção da polícia em relação ao ano anterior; desde então, fizemos várias recomendações, mas pouco mudou", disse à Folha.

"Ao ser escolhido para sediar os Jogos, o Brasil se comprometeu a deixar um legado em segurança, mas não deveria ser um legado de militarização e suspensão de direitos nas favelas."

O Rio deve contar com 85 mil agentes de segurança durante os Jogos, mais do que o dobro do efetivo usado nos Jogos de Londres, em 2012.

Ricardo Borges/Folhapress
RIO DE JANEIRO, RJ 26-09-2015 - Secretario de segurança, José Mariano Beltrame, vai conferir trabalho do reforço policial na praia do Arpoador no primeiro dia da Operação Verão que foi antecipada. ( Foto: Ricardo Borges/Folhapress, COTIDIANO)
Secretario de segurança, José Mariano Beltrame, vai conferir trabalho do reforço policial na praia

A publicação "A violência não faz parte desse jogo! Risco de violações de direitos humanos nas Olimpíadas Rio 2016" lembra que o Exército ocupou o Complexo da Maré em abril de 2014, em preparação para a Copa, mas ficou lá até junho de 2015. No período, houve várias denúncias de violações.

"A prioridade da segurança durante os Jogos é garantir a paz, e não simplesmente pôr o Exército na Maré ou outras favelas e transformá-las em territórios de exceção de direitos", disse Roque.

A dois meses do início da Olimpíada, ele afirma que ainda há tempo de implementar medidas que coibam abusos. Ele cita o fortalecimento de programa da polícia do Rio de monitoramento da utilização de armas pelos policiais.

A crise financeira do Estado do Rio é outro fator de preocupação. "Se houver precarização das condições de trabalho ou atraso de salários [dos policiais], as tensões vão aumentar", diz.

Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), divulgados em maio, mostram que, de janeiro a abril, houve aumento de 15,4% no número de homicídios dolosos em relação ao mesmo período em 2015. Se comparados apenas os números de abril, esse percentual sobe para 38,9%.

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