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Dois refugiados que vivem no Brasil disputarão a Olimpíada por equipe do COI

Popole Misenga e Yolanda Bukasa desembarcaram no Rio, em 2013, passaram fome, dormiram na rua e ficaram, refugiados da República Democrática do Congo.

Três anos depois, foram anunciados nesta sexta-feira pelo Conselho Executivo do Comitê Olímpico Internacional (COI) como dois dos dez atletas que farão parte do Time dos Atletas Olímpicos Refugiados nos Jogos do Rio. Serão cinco atletas do Sudão do Sul, dois atletas da Síria, eles dois da República Democrática do Congo e um da Etiópia.

Judocas, eles viajaram ao Brasil em 2013 para a disputa do Mundial. Eram os únicos congoleses credenciados para aquela disputa.

Segundo contaram à Folha em fevereiro de 2016, os técnicos deles, assim que pisaram no país, os puseram em confinamento no quarto de hotel no centro da cidade. Confiscaram passaportes e tíquetes para alimentação.

Vídeo do COI

De acordo com o relato dos judocas, a comissão ficou dois dias sem aparecer, período no qual não fizeram uma refeição completa. Yolanda foi a primeira a sucumbir à fome. Desistiu de competir e fugiu.

Popole, que permaneceu no hotel, conta que os técnicos apareceram "fedendo a bebida" no dia da competição. "Ela já deve estar morta", teria dito um deles.

O judoca perdeu sua luta após ser punido três vezes por falta de combatividade. Ela reapareceu no dia seguinte à luta na portaria do hotel. Convenceu o amigo a desertar. Foram levados por um angolano a Brás de Pina (zona norte), bairro que concentra imigrantes africanos.

Popole, Yolanda e os outros oito refugiados participarão da cerimônia de abertura no Maracanã, em 5 de agosto. Eles entrarão no desfile antes dos atletas do Brasil, delegação anfitriã dos Jogos. Os refugiados entrarão com a bandeira olímpica. A queniana Tegla Loroupe, ex-recordista mundial da maratona, será a chefe de missão da equipe. Enquanto a brasileira Isabela Mazão será a chefe de missão substituta.

Segundo o presidente do COI, o alemão Thomas Bach, os atletas serão símbolo de esperança para os refugiados em todo o mundo.

"Esses refugiados não têm casa, nenhum time, nenhuma bandeira, nenhum hino nacional. Vamos oferecer-lhes uma casa na Vila Olímpica em conjunto com todos os atletas. O hino olímpico será jogado em sua honra e a bandeira olímpica vai levá-los para o Estádio Olímpico. Este será um símbolo de esperança para todos os refugiados em nosso mundo e vai fazer o mundo melhor conhecimento da magnitude desta crise. É também um sinal para a comunidade internacional de que os refugiados são nossos companheiros. Estes atletas de refugiados vai mostrar ao mundo que, apesar das tragédias inimagináveis que eles têm enfrentado, qualquer um pode contribuir para a sociedade através de seus talentos, habilidades e força do espírito humano", disse Bach nesta sexta (3).

Time dos Atletas Olímpicos Refugiados:

Rami Anis (Síria) - Natação

Yusra Mardini (Síria) - Natação

Yiech Pur Biel (Sudão do Sul) - Atletismo

James Nyang Chiengjiek (Sudão do Sul) - Atletismo

Yonas Kinde (Etiópia) - Atletismo

Anjelina Nada Lohalith (Sudão do Sul) - Atetismo

Rose Nathike Lokonyen (Sudão do Sul) - Atletismo

Paulo Amotun Lokoro (Sudão do Sul) - Atletismo

Yolande Bukasa Mabika (República Democrática do Congo) - Judô

Popole Misenga (República Democrática do Congo) - judô

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