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Dirigente diz que vai à Justiça por acesso a contrato da Rio-16

Ben Stansall/AFP
Olympic Games Rio 2016 Organizing Committee president Carlos Arthur Nuzman speaks during an interview following a press conference in central London on March 3, 2016. Rio de Janeiro staged a "very clean" campaign for the 2016 Olympics, the chief organiser told AFP Thursday in response to a French investigation into the bid. Nuzman, president the Rio 2016 Organising Committee, shrugged off any doubts about the integrity of the Brazilian bid before the International Olympic Committee vote in 2009. / AFP / BEN STANSALL ORG XMIT: 1474
O presidente do Comitê Organizador da Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, concede entrevista em Londres

Alaor Azevedo, presidente da CBTM (Confederação Brasileira de Tênis de Mesa), afirmou que irá à Justiça para pedir acesso ao contrato de marketing firmado em 2009 sobre repasses do Comitê Organizador da Rio-2016 ao COB (Comitê Olímpico do Brasil).

Na sexta (3), a Folha revelou que os organizadores computaram como receita R$ 146 milhões que deveriam ser destinados ao COB, graças a mudança na forma de pagamento do repasse, que não teve ilegalidade. A alteração impediu que o balanço olímpico fechasse 2015 com perda de R$ 129 milhões.

A renegociação incidiu sobre o que era devido: se deviam repassar R$ 146,3 milhões, os organizadores agora devem R$ 56 milhões, a serem pagos até o fim do ano (se houver saldo restante, ele pode ser parcelado em 2017).

Azevedo é o principal opositor de Carlos Arthur Nuzman, que preside o COB e a Rio-2016. Ele avalizou a mudança, com ressalvas.

A CBTM encomendou parecer contábil que será apresentado junto com o processo. "É um dinheiro que é de direito do esporte brasileiro. Como ele [Nuzman] assina com ele mesmo?", afirmou Azevedo, que é pré-candidato à presidência do COB.

Azevedo disse ter pedido ao Rio-2016 e ao COB cópia dos documentos do programa conjunto de marketing para verificar os termos originais e também os que foram alterados em dezembro.

Segundo ele, em uma das vezes foi permitido a ele ver por algumas horas os papéis, na sede do comitê. Não satisfeito, fez outra solicitação em ofício, que acabou negada em resposta dada pelo vice-diretor geral Leonardo Gryner.

O mesmo pedido foi feito ao COB, que também não quis ceder a documentação.

Tanto o comitê organizador quanto o COB argumentam, nas respostas, que "os instrumentos contratuais (...) estão protegidos por cláusula de confidencialidade".

"Eu sou associado às entidades, tenho direito de recebê-los", ponderou Azevedo.

A base da ação será a Lei Pelé, que determina que entidades esportivas cumpram princípios de transparência.

Procurados pela Folha, o COB e o comitê Rio-2016 não quiseram comentar as declarações de Azevedo.

ACORDO SECRETO

Em assembleias realizadas neste ano, as confederações esportivas brasileiras aprovaram as contas do comitê organizador e do COB.

Porém, entidades consultadas pela reportagem disseram que, de fato, não tiveram acesso aos documentos.

Nenhuma das 23 indagadas disse ter visto o conteúdo do acordo. A do pentatlo moderno afirmou ter questionado a redução do repasse, mas as confederações de vela, judô, rúgbi, vôlei e basquete defendem o reajuste.

À Folha, o COB disse que "as contas de 2015 foram submetidas à análise prévia das confederações, que aprovaram por unanimidade o balanço da entidade".

O acordo feito, porém, é um documento à parte, não detalhado no balanço.

A entidade afirmou também que "a preparação dos atletas brasileiros para os Jogos foi integralmente cumprida, de acordo com o planejamento estratégico".

Procurado pela reportagem, o comitê Rio-2016 não respondeu às perguntas sobre o acesso ao acordo até o fechamento desta edição.

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