Publicidade
Publicidade

Olimpíada não pode ser culpada por crise e terrorismo, diz diretor do COI

Wang Zhao/AFP
Christophe Dubi, diretor-executivo do COI
Christophe Dubi, diretor-executivo do COI

O diretor-executivo do COI (Comitê Olímpico Internacional), o suíço Christophe Dubi, afirmou nesta sexta-feira (22) que a Olimpíada não pode ser responsabilizada pela crise financeira do Estado nem por eventual tentativa de terrorismo.

Ele não fez comentários diretos sobre a operação de quinta (21) que prendeu dez suspeitos de planejarem atos terroristas durante os Jogos. Mas afirmou que o evento não é responsável pelo possível início da atuação do Estado Islâmico no país.

"O que vocês dizem aos seus filhos sobre isso? O mundo em que nós vivemos mudou. Terrorismo não está só num país ou no outro. Terrorismo, infelizmente, é um fator com qual temos que lidar", disse o suíço.

Dubi afirmou ter confiança no esquema de segurança montado para o evento.

"Segurança é uma responsabilidade das autoridades locais. É uma premissa muito importante e prioridade absoluta. Houve um briefing há dois meses com especialistas estrangeiros, alguns que atuaram em Jogos anteriores, e todos demonstraram confiança [no planejamento]", disse o diretor do COI.

O executivo também desvinculou a crise econômica no país e, especialmente, no Rio ao evento. Ele citou legados vinculados à Olimpíada como a construção da linha 4 do metrô, corredores expressos de ônibus e até a melhoria na água da baía de Guanabara, cuja meta de tratar 80% do esgoto não foi cumprida.

"Os Jogos foram feitos para ter legado. Eles não podem ser culpados [pela crise econômica]. [...] O trabalho feito foi incrível. A melhoria na água da baía de Guanabara foi grande. Havia uma promessa que poderia não ser totalmente cumprida. A baía de Guanabara não é mais a mesma. A água está melhorando dia após dia", disse Dubi –o tratamento de esgoto lançado nas águas subiu de 16%, em 2008, para 31%.

Ele não quis comentar de forma direta as declarações recentes do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB). O peemedebista classificou o trabalho do Estado do Rio na segurança pública como "terrível", e a Olimpíada, como uma "oportunidade perdida", em razão da projeção internacional do Brasil num momento de crise.

"Paes fez um trabalho incrível. Muitas vezes, quando chamamos uma visita para nossa casa, tentamos deixar tudo o mais perfeito possível. Mas às vezes você diz: 'Poderia ser melhor'. O trabalho feito foi maravilhoso, vocês devem ficar orgulhosos", afirmou o dirigente do COI.

Mario Angelo/Sigmapress/Folhapress
Suspeitos de ligação com o terrorismo são conduzidos por policiais no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos
Suspeitos de ligação com o terrorismo são conduzidos por policiais no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos

CLIMA

Dubi afirmou que o apoio aos Jogos vai aumentar assim que o evento começar. Pesquisa do Datafolha mostrou que a maioria dos brasileiros avaliam que a Olimpíada trouxe mais prejuízo do que benefícios.

"Os brasileiros estão ansiosos para serem expostos ao mundo. Algumas dúvidas serão aliviadas. Teremos atletas em campo, o Brasil vai ganhar muitas medalhas. Vai haver apoio", disse ele.

O suíço afirmou que não é possível saber o motivo das devoluções de cerca de 50 mil ingressos do exterior. Mas disse que há demanda interna suficiente para aquisição dos tíquetes.

"Vimos o interesse na nova quota de ingressos disponibilizada ontem", afirmou.

Dubi minimizou os atrasos na obra das arenas. Afirmou ser semelhante ao que ocorreu em outras edições dos Jogos. A obra que causa a maior preocupação, o Velódromo, está, segundo ele, "98,5%, 99%" pronto.

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade