Uma série de protestos contra a passagem da tocha olímpica por Niterói, na região metropolitana do Rio, fez com que o revezamento mudasse o trajeto previsto. Segundo o Comitê Rio-2016, a tocha já chegou a Niterói com atraso de uma hora por alterações normais em outros municípios.
Os organizadores disseram que o revezamento começou às 17h12, cerca de um quilômetro à frente do ponto originalmente previsto, por questões de segurança.
Cerca de 200 pessoas tentaram impedir o início do cortejo. Concentrado no centro da cidade, o grupo reúne estudantes, professores e jovens encapuzados, que seriam secundaristas das recentes ocupações em escolas estaduais. Há bandeiras do Psol, PSTU e sindicatos.
Houve confronto com o batalhão de choque que usou gás de pimenta e prendeu pelo menos duas pessoas.
Editoria de Arte/Folhapress |
Trajeto da tocha Olímpica nesta quarta (3) no Rio |
Luís Almeida, 47, professor de filosofia da rede estadual, empunhava uma bandeira do SEPE (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação) e se queixou do investimento aplicado pelo governo no evento.
"Ninguém aqui é contra o esporte, mas não podemos deixar de denunciar as contradições dessa Olimpíada. Uma parte disso aqui [tocha] é bancado com dinheiro público e nós, professores, não temos condições mínimas de trabalho, muitos estão com salário atrasado".
"É um evento único pra gente e ele queria vir. Quem reclama tá no direito, mas a hora não é essa porque tem gente que veio torcer", afirmou Michele Amorim, 27, manicure, que levou o filho Alex, 5 anos e que vestia a camisa do Neymar, para ver o cortejo.
Procurada, a Polícia Militar disse que há manifestações em vários pontos da cidade. Mesmo assim, o comitê Rio 2016 diz que o trajeto está mantido.
A tocha, que pernoita na cidade, passaria pelo tradicional Caminho Niemeyer, pelo Museu de Arte Contemporânea (MAC), praias e avenidas principais.
Ao todo foram 74 condutores em Niterói, entre eles Aída dos Santos, Valeskinha do Volei e os velejadores Ronaldo Senff e Lars Grael, que vai acender a pira que vai conservar a chama durante a noite.
Pela manhã, ele e o irmão Torben Grael cruzarão a baía de vela para entregar o símbolo ao prefeito do Rio, Eduardo Paes, na Escola Naval.