Uma adolescente tentando entender as emoções que estava vivendo. A alegria e o medo de mudar de vida e entrar na faculdade e a tristeza de deixar os colegas do colégio. As lágrimas escorriam pelo rosto. Seria como uma adolescente qualquer não fosse por um detalhe: ela acabara de estraçalhar um recorde mundial e tinha uma medalha de ouro pendurada no pescoço.

Katie Ledecky geralmente é calma, fria até, mas após conquistar o ouro nos 800 m livre chorou no pódio. E depois na entrevista coletiva. A adolescente de 19 anos vai se mudar de Washington D.C. para a Califórnia, estudar em Stanford e trocar de técnico. Tudo isso no momento em que transformou seu status na natação Mundial.

O prodígio americano deixa o Rio com quatro ouros e uma prata até sexta e dois recordes mundiais, dos 400 m e 800 m livre.

Na distância mais longa ela abriu quase 2 segundos de vantagem. Venceu com 8min04s79. A segunda colocada, Jazz Carlin, fez 8min16s17.

"Vamos ver como as coisas serão na escola. Vou ver como será minha rotina, ver quais serão as metas do time, que serão mais importantes que as minhas. Mas conversarei com o técnico e traçarei umas metas pessoais também", afirmou.

"Não quero virar profissional ainda, traz pressões com as quais não sei lidar ainda. E quero viver essa experiência de nadar pela universidade."

Ao citar seu técnico Bruce Gemmell, começou a chorar.

"Bruce é um grande amigo, sempre estará comigo. Esses quatro anos da minha vida foram incríveis", disse a atleta, que tinha 15 anos quando foi campeã em Londres-2012.