Famoso por ter refugado três vezes com o cavaleiro Rodrigo Pessoa na final do salto da Olimpíada de Sidney, na Austrália, em 2000, o cavalo Baloubet du Rouet tem dois filhos e um neto titulares nos Jogos do Rio.
Uma dessas crias é a égua Bonne Chance CW, que vai disputar as provas de saltos individual e por equipes montada pela amazona suíça Janika Sprunger, 29, no Centro Olímpico de Hipismo de Deodoro, no Rio.
Janika foi proprietária de outro filho de Baloubet du Rouet, o Palloubet d'Halong. Ela vendeu o animal por US$ 11 milhões em 2013 para a federação do Catar. O animal vendido está no Rio, mas será reserva.
Outra cria é a égua Sydney Une Prince, que será montada pelo cavaleiro francês Roger-Yves Bost nas provas de saltos individual e por equipes na Olimpíada.
Os cavalos já chegaram ao país. Os treinos de saltos começaram neste sábado (13) e o primeiro dia de qualificação é este domingo (14).
Sem competir há dez anos, Baloubet se tornou um dos maiores reprodutores do mundo. A palheta de sêmen custa mais de 1.000 euros (à vista ou em cheque), segundo sites especializados.
Um de seus filhos mais famosos é Balou du Rouet, que chegou ao sétimo lugar no ranking mundial de saltos. Ele não vem ao Rio, mas seu filho (neto de Baloubet), sim: First Class, com o alemão Daniel Deusser.
Para o presidente da ABCCH (Associação Brasileira de Criadores de Cavalos de Hipismo), Ricardo Moura, além de ser bem treinado, Baloubet é um cavalo especial do ponto de vista genético.
"Ninguém deixa de dizer que Baloubet está entre os melhores cavalos do mundo de todos os tempos. Além de excepcional cavalo, ele se mostra um grande transmissor dessa genética", afirma o especialista.
| Ormuzd Alves/Folhapress | ||
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| Pessoa e Baloubet, na prova olímpica em que o cavalo refuga |
REDENÇÃO
Depois de ter refugado com Rodrigo Pessoa em 2000, Baloubet teve sua redenção na Olimpíada de Atenas, em 2004. O cavalo não refugou e o conjunto conquistou uma histórica medalha de prata.
Sete meses após a prova, foi comprovado que o cavalo Waterfor Cristal, que levou o cavaleiro Cian O'Connor ao título, estava dopado. E a prata de Rodrigo Pessoa e Baloubet du Rouet virou ouro.
O conjunto também foi tricampeão da Copa do Mundo, em Helsinque-1998, Gotemburgo-1999 e Las Vegas-2000. Nenhum outro cavalo conseguiu três títulos consecutivos da Copa até hoje.
Segundo Pessoa, que na semana passada abriu mão da reserva na equipe de saltos do Brasil nos Jogos, Baloubet vive atualmente em Portugal, na fazenda do proprietário dele, desfrutando da sua aposentadoria.
"Ele tem o merecido descanso pelo extraordinário cavalo que foi nas pistas. Ele foi um parceiro muito importante na minha carreira, que me ajudou em muitas conquistas", disse o cavaleiro.