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'Foi a maneira perfeita de encerrar', diz Phelps sobre Rio-2016 e aposentadoria

Rumo à piscina para disputar o revezamento 4 x 100 m medley, Michael Phelps, 31, engasgou.

As emoções se sucederam e ele lutou para combater as lágrimas que se avolumavam nos olhos. Era sua última prova de sua carreira na natação.

"Eu estava mais emocionado que em 2012 [nos Jogos de Londres]. Foi bom poder olhar minha carreira e ver que e conquistei tudo o que queria. Foi um desafio chegar a esse ponto, de voltar a competir [depois de se aposentar em 2012], mas foi a cereja do bolo que eu queria", afirmou Phelps, depois da vitória dos EUA na prova, neste sábado (13).

Ele nadou ao lado de Cody Miller, Ryan Murphy e Nathan Adrian. Na abertura do revezamento, Murphy bateu o recorde mundial dos 100 m costas (51s85).

A medalha foi a 28ª de Phelps em cinco edições dos Jogos Olímpicos. Delas, 23 são de ouro. Ele chegou a fazer uma relação entre o número de láureas douradas e o que era utilizado por Michael Jordan, maior jogador de basquete em todos os tempos. "Sem dúvida, é um número especial."

O norte-americano disse que a nova despedida, agora no Rio, "foi a maneira perfeita de encerrar tudo". Ele conquistou seis medalhas no Estádio Aquático, das quais cinco de ouro (revezamentos 4 x 100 m livre, 4 x 100 m medley, 4 x 200 m livre, 200 m borboleta e 200 m medley) e uma de prata (100 m borboleta).

"Nunca mais vou produzir alguém como Michael. E nem estou procurando. Ele é muito especial. É único em dez gerações. E em todos os sentidos: físico, mental, família que o apoia, habilidade emocional e capacidade de desempenhar bem sob pressão", comentou o técnico dele, Bob Bowman, que também é treinador-chefe da seleção masculina dos EUA.

RECUPERAÇÃO
Boa parte dessa despedida bem-sucedida tem a ver com um processo de recuperação por que Phelps passou depois de Londres-2012. Após a primeira aposentadoria, ele mergulhou piscina abaixo: envolveu-se com jogatina, bebidas, baladas e caiu em depressão.

A natação foi o porto seguro que procurou para se regenerar. Ele voltou a competir em 2014, sem repetir os resultados brilhantes de antes. Ainda assim, estava longe dos vícios ruins. Pôs na cabeça que teria um último grande momento nos Jogos Olímpicos do Rio, e daí em diante sua vida se aprumou.

Mesmo depois de voltar, porém, se meteu em confusão. Preso por dirigir embriagado no final de 2014, ele recebeu punição da federação norte-americana e optou por não disputar o Mundial de Kazan, em agosto passado.

Neste ano, viu o nascimento do primeiro filho, Boomer, fruto de relacionamento com a modelo Nicole Johnson, de quem é noivo. Neste sábado, ele se abriu.

"O que mais mudou [em relação a Londres] é que vocês estão vendo quem eu sou. É possível que nunca tenham me visto de verdade antes. O mundo iria ver realmente quem eu sou. E mostrei", disse ele, que se negou a dizer onde guarda as medalhas olímpicas que compõem sua galeria.

"Eu não mudaria nada em relação ao passado. Mas agora este é o melhor momento que já tive em minha vida."

No Rio, Phelps foi porta-bandeira da delegação norte-americana na cerimônia de abertura e, pela primeira vez, capitaneou a seleção de natação do país. "Ele fez um grande trabalho, liderando o time", afirmou Bowman.

Sob Phelps, os EUA tiveram seu melhor desempenho olímpico na natação neste século: foram 33 medalhas, das quais 16 de ouro. "Era difícil prever que iríamos tão bem", complementou o treinador.

O desfecho da carreira do mais condecorado atleta olímpico de todos os tempos teve, por tudo isso, ares de história de Hollywood.

"Isso tudo começou com um pequeno sonho de criança, de fazer o que ninguém fizera. Foi muito legal. Eu tornei meu sonho realidade", definiu Phelps.

"Não sei se o Rio-2016 foi o melhor. Todos [os Jogos Olímpicos] são especiais de algum modo. Foram 20 anos maravilhosos. Mas é especial porque posso começar um novo capítulo de minha vida", finalizou.

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