Arthur Nory, 22, medalha de bronze no solo na Olimpíada do Rio, começou no esporte no judô. Era o plano do pai, Roberto, faixa preta. Mas o garoto ia para os treinos no clube e ficava encantado com as acrobacias das ginastas.
Quando os pais se separaram, e a mãe, Nadna Oyakawa, passou a dar aulas de educação física em um clube da zona Leste, o garoto de 11 anos contou que queria praticar ginástica, e foi incentivado por ela.
Nory começou a frequentar os treinos e, menos de seis meses depois, passava em um teste no Pinheiros, para uma das principais equipes do país.
O pai, no entanto, só passou a apoiar o garoto após uma conversa com o técnico e psicóloga de Nory. Ele viu os resultados do filho, entendeu o que era a ginástica e viu que ele poderia "ter futuro".
Aos 14 anos, Nory foi campeão brasileiro infantil. No Mundial do ano passado, foi o primeiro atleta do país a chegar à final da barra fixa. Terminou em quarto lugar, colocação inédita.
A marca fez ele e seu treinador, Cristiano Albino, acreditarem na chance de medalhas. Nory, no entanto, foi mal em seu aparelho mais forte e nem avançou à decisão na Rio-2016. Restou-lhe o solo.
Com uma apresentação sólida, fez 15.433 e contou com erros dos rivais para garantir o bronze.
Nory é fã de Daiane dos Santos, campeã mundial no solo em 2003, e amigo da norte-americana Simone Biles, fenômeno da ginástica atual e campeã mundial do individual geral nos Jogos do Rio.
No ano passado, Nory passou por momentos conturbados. Em fevereiro, Nory havia passado por uma cirurgia no menisco. Em maio, envolveu-se em uma polêmica sobre racismo. Publicou em uma rede social um vídeo em que ele e mais dois ginastas faziam piadas racistas direcionadas ao colega Angelo Assumpção, que é negro.
O trio foi suspenso por 30 dias e gravou um depoimento pedindo desculpas. Assumpção disse que a ferida já está cicatrizada. Desde então, quando questionado, Nory afirma que não toca mais no assunto.