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Scheidt não atinge recorde, mas tem inspiração para nova chance

O velejador Robert Scheidt, 43, passou toda preparação para a Rio-16 sendo questionado se, com sua idade, poderia obter a sexta medalha olímpica disputando a classe laser, uma das que mais exige vigor físico.

Nesta terça-feira (16), ele liderou com folga a última regata da classe, mas não conseguiu chegar ao pódio em razão da pontuação acumulada ao longo dos Jogos. Ficou em quarto na classificação final.

Uma hora e vinte minutos depois de terminar sua participação na Rio-16, Scheidt teve a demonstração de que, se quiser, pode ter nova chance em Tóquio-20. O argentino Santiago Lange, 54, bronze em Atenas-04 e Pequim-08, conquistou o ouro na classe nacra 17, ao lado de Cecília Saroli, 29, após superar um câncer de pulmão em 2015.

"Tem que esperar o tempo passar. A adrenalina da Olimpíada te consome muito. Não pensei um segundo sobre os próximos Jogos Olímpicos. Laser não dá. Uma outra classe, vamos ver outros fatores", afirmou Scheidt.

O velejador buscava se isolar no topo da lista dos maiores medalhistas do país. Atualmente, está empatado com Torben Grael com cinco medalhas também da vela.

O objetivo não foi alcançado porque o brasileiro teve resultados instáveis nas 12 regatas na fase classificatória —na vela, a classificação final é calculada com o somatório dos resultados.

O brasileiro definiu o último dia de competição como "um dia de sensações bem diversas". Ele dominou a regata, mas precisava que o neozelandês Sam Meech ficasse em sexto –ficou em quarto.

"Fiz o que deu para fazer. Eles foram mais consistentes do que eu ao longo da semana. Tive uma semana de altos e baixos", disse o brasileiro.

Um mês antes da Olimpíada, Scheidt dava sinais de que não tentaria de novo. Ele se queixava dos treinamentos que a classe laser exigia.

"Mantive uma doutrina muito espartana de sono. Dormir todo dia na mesma hora, alimentação, preparação física. O que seria legal [após Olimpíada] é fazer uma viagem em família, passar muito tempo com os filhos, sem ter que olhar no relógio e pensar que daqui a meia hora tenho que começar a treinar", disse antes dos Jogos e após vinte anos de carreira.

Ele lamentava que a classe star, na qual ganhou duas medalhas ao lado de Bruno Prada, tenha sido retirada do programa olímpico da vela.

"Na star, a gente dedicava mais tempo para o desenvolvimento do equipamento, regulagem do barco. O físico não era tão importante quanto no laser", disse ele.

Ao fim da Rio-2016, ele deixou em aberto sua nova tentativa de atingir o recorde nacional. Decidiu apenas que não disputa mais na laser.

A World Sailing, federação internacional de vela, vai definir no início do ano que vem quais classes estarão em disputa em Tóquio-20. Para Lange, 54, argentino medalhista de ouro na Rio-16, o brasileiro ainda tem muitas regatas olímpicas a competir.

"Ele é um grande atleta. É um pouco demais para mim inspirá-lo. Ele sempre terá uma chance de medalha. Talvez possa entrar na nacra e será difícil de bater. Ele ainda pode velejar por muitos anos", afirmou o argentino.

Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo

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