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Após derrota, Fabiana e Sheilla anunciam aposentadoria da seleção de vôlei

Duas bicampeãs olímpicas anunciaram a aposentadoria da seleção após a eliminação dos Jogos do Rio.

A oposta Sheilla, 33, e a capitão Fabiana, 31, duas das mais importantes jogadoras da seleção, deixaram o Maracanãzinho com os olhos marejados por terem se despedido da Olimpíada com a derrota para a China (3 a 2).

"Dói. Dói muito. Mas o sentimento que tenho agora é orgulho. Orgulho porque nossa equipe lutou. Independentemente se erramos, falhamos, podem tentar apontar qualquer coisa. Mas defendo uma por uma, porque sei nossa luta do dia a dia. Não pode esquecer nunca o que a gente fez pela seleção", disse a central Fabiana, que disputou sua quarta Olimpíada.

"Enfim, perdemos o jogo, não queria sair assim porque é meu último ano. Gostaria de sair com essa medalha", afirmou a capitã da equipe na madrugada desta quarta-feira (17).

Outra que está deixando a seleção é Sheilla. A jogadora que tinha feito até a promessa de percorrer o Caminho de Santiago de Compostela em caso de conquista do tricampeonato, também disse que não veste mais a camisa verde e amarela. Ela pretende engravidar agora.

"Lógico que fico triste, não era o jeito que eu queria sair da seleção", disse Sheilla, já com a voz embargada, antes de caminhar, chorando, para o vestiário.

Terceira do quarteto que foi campeão em Pequim-2008, Londres-2012 e estava disputando os Jogos do Rio, a ponteira Jaqueline, 32, preferiu não anunciar sua aposentadoria da seleção após a terceira Olimpíada.

"Nunca tinha passado por uma situação como essa. Queria muito, mas não deu. Nossa equipe estava muito bem, estava acreditando. Mas não deu. Eu podia ter dado mais. Mas faz parte, esporte é assim. Só Deus sabe o que vai acontecer. Eu não gosto de falar que vou me despedir, porque já vi muita jogadora falar que vai parar voltar. Não acho isso bacana", diz, chorando, Jaqueline.

A quarta das tricampeãs olímpicas, a central Thaísa, 29, não quis conceder entrevista. A assessoria de imprensa da jogadora afirma que Thaisa não sabe o que fará no futuro em relação à seleção e que "não pensou em nada".

"As mais velhas estão saindo da seleção, infelizmente. É um grupo vitorioso, fico triste por se despedirem da seleção nessa posição. Mas a gente vai ter que comandar daqui para frente. provavelmente eu, Dani Lins, Gabizinha. A gente sai de cabeça erguida aqui do Rio", disse Natália, 27.

Das 12 convocadas para a Olimpíada, oito têm 30 ou mais anos.

ZÉ ROBERTO

O técnico José Roberto Guimarães, que está no comando da equipe feminina desde 2003, disse que não sabe qual será seu futuro.

"Sinceramente, eu não sei. Tenho que conversar com as pessoas da confederação, avaliar tudo o que aconteceu. Difícil dizer. Estou muito triste para falar alguma coisa de futuro. Minha família sempre apoiou, elas estão sempre juntas, próximas, isso nunca foi nem será um empecilho. É muito difícil depois de uma derrota como essa ter uma decisão. É esperar poeira baixar", disse Zé Roberto.

A CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) costuma renovar o contrato dos treinadores a cada quatro anos, renegociando ao término do ciclo olímpico. Esta conversa tanto com Zé Roberto quanto com Bernardinho estava planejada para acontecer após a Olimpíada do Rio.

O Brasil se mantinha no topo olímpico desde Barcelona-1992, quando foi quarto colocado. Em seguida, vieram dois bronzes (1996 e 2000), um quarto lugar (2004) e dois ouros (2008 e 2012).

No Rio, a equipe brasileira buscava igualar o tricampeonato histórico de Cuba (1992, 1996 e 2000), até hoje o único país a conseguir três títulos consecutivos, entre homens ou mulheres.

Brasileiros classificados para a Olimpíada

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