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Análise

Eliminação encerra geração mais vencedora da história do vôlei feminino

A China, onde a seleção brasileira feminina de vôlei começou a escrever as páginas mais vitoriosas de sua história, pode ter colocado o ponto final neste capítulo.

Na madrugada de terça para quarta-feira (17), o Maracanãzinho vibrou e depois chorou com a eliminação da equipe comandada por José Roberto Guimarães.

A derrota por 3 sets a 2 diante de uma surpreendente seleção chinesa tirou as atuais bicampeãs olímpicas dos Jogos do Rio prematuramente, nas quartas de final. Desde Barcelona-1992 a equipe feminina ficava ao menos entre as quatro melhores da competição.

Minutos depois da queda, dois dos maiores símbolos da geração que conquistou os ouros em Pequim-2008 e Londres-2012 anunciaram a aposentadoria da seleção: Fabiana e Sheilla.

Ícone do vôlei vitorioso no país, o tricampeão olímpico José Roberto Guimarães só deixa a seleção brasileira se quiser. A Folha apurou que dentro da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) não é discutida uma possível saída ou encontrada razão que levassem a uma troca de treinador. 

A entidade já havia combinado com Zé Roberto e com Bernardinho que conversaria com os técnicos sobre continuidade do trabalho apenas no fim dos Jogos do Rio.

Ainda não há uma reunião agendada entre as partes.

"Estou muito triste para falar alguma coisa de futuro. Minha família sempre apoiou, elas [mulher e duas filhas] estão sempre próximas, isso nunca foi nem será empecilho", afirmou Zé Roberto.

QUARTETO BICAMPEÃO

A central e capitã Fabiana deu adeus ao time pelo qual jogou por 13 anos. Líder, carismática e uma das melhores da posição na última década, ela mais exaltou uma geração que ficará marcada na história do que lamentou a derrota após um jogo ruim dentro de uma campanha que só tinha vitórias por 3 a 0.

"Foram quatro olimpíadas, muitos títulos, derrotas dolorosas, alegrias incontáveis e choros que machucaram. Minha trajetória começou aos 14 anos, era uma menina que jamais sonhava em conquistar tudo que conquistou", afirmou Fabiana, 31.

Outra que deixa a seleção após 14 anos é a oposto Sheilla. Atacante decisiva na conquista no bicampeonato olímpico, ela tinha feito até a promessa de percorrer o Caminho de Santiago de Compostela em caso de conquista do tri. Agora a atleta planeja engravidar.

"Se vocês soubessem o quanto amo o vôlei, o quanto vivi vôlei desde que conheci este esporte, vocês entenderiam o que estou sentindo em anunciar minha aposentadoria da seleção. Mas infelizmente para mim deu. Vou sofrer de ficar longe disso daqui, das meninas, da comissão, do desafio que é defender o país. Do friozinho na barriga que senti a cada jogo", disse Sheilla, 33.

Terceira do quarteto bicampeão olímpico e estava disputando os Jogos do Rio, a ponteira Jaqueline, 32, preferiu não anunciar sua aposentadoria da seleção após a terceira Olimpíada.

"Nunca tinha passado por uma situação como essa. Queria muito, mas não deu. Só Deus sabe o que vai acontecer. Eu não gosto de falar que vou me despedir, porque já vi muita jogadora falar que vai parar voltar. Não acho isso bacana", afirmou Jaqueline em meio às lágrimas.

Jaqueline sofreu com muitos problemas físicos neste ciclo olímpico e deve continuar jogando apenas em clube.
A central Thaísa, 29, mais nova do quarteto do bi, disse que não sabe o que fará no futuro em relação à seleção pois "não pensou em nada" ainda. Ela está de mudança para a Turquia, mas é provável que continue a defender a equipe nacional.

Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo

NOVO CICLO

Três jogadoras devem assumir a liderança técnica e do grupo rumo aos Jogos  de Tóquio-2020. As ponteiras Natália, 27, e Gabi, 22, e a levantadora Dani Lins, 31. Delas, apenas Gabi estreou no Rio, enquanto as outras duas estavam na conquista do ouro em Londres-2012.

Mais velhas do elenco, Juciely, 35, e fabíola, 33, não devem continuar no grupo em razão da idade. Léia, 31, Fê Garay, 30, e Adenízia, 29, ainda com idade para chegar em Tóquio bem, disputarão posição com novatas.

Da nova geração, destacam-se jogadoras como a oposto Rosamaria, 22, e a levantadora Naiane, 21, ambas com passagens recentes pela seleções de base e principal.

A central Carol, 25, coartada antes da Olimpíada, deve retornar. Ja a líbero Camila Brait, apesar dos 27 anos, anunciou que não atuaria mais pela seleção.

Brasileiros classificados para a Olimpíada

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