Publicidade
Publicidade

Sede da próxima Paraolímpíada, Japão amarga seca de ouros na Rio-2016

Sede da próxima Paraolimpíada, em Tóquio-2020, o Japão decepciona na Rio-2016. O país iniciou este sábado (17), penúltimo dia de competições nos Jogos cariocas, sem uma única medalha de ouro.

"Foi inesperado. Tenho certeza de que nossos atletas se esforçaram ao máximo, mas infelizmente não pudemos satisfazer aos anseios de nosso povo. Nossa meta era ganhar ouros, mas fracassamos por diferenças pequenas", afirmou Mitsunori Torihara, presidente do Comitê Paralímpico Japonês.

Em nove dias de disputas, o Japão, com uma delegação de 132 atletas, obteve 8 pratas e 11 bronzes e se situava na nada honrosa 63ª posição no quadro de medalhas, liderado pela China, a maior potência do desporto paraolímpico, com 94 ouros, 74 pratas e 49 bronzes.

O Brasil, com 12 ouros, 25 pratas e 23 bronzes, estava na oitava colocação, fora da meta estipulada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro —terminar os Jogos entre os cinco primeiros pelo número de ouros. Além dos chineses, à frente dos brasileiros estavam britânicos, ucranianos, norte-americanos, australianos, alemães e holandeses.

Apesar de visivelmente decepcionado com a falta de medalhas douradas, Torihara encontrou um aspecto positivo na comparação com Londres-2012, quando o Japão ficou em 24º lugar, com cinco ouros, cinco pratas e seis bronzes. "Mais atletas ganharam medalhas, tivemos mais pratas e mais bronzes."

A colocação do Japão na Rio-2016 é a sua pior na história dos Jogos Paraolímpicos, disputados a cada quatro anos desde Roma-1960. A anterior havia sido justamente quatro anos atrás, na Inglaterra.

As melhores classificações foram dois décimos lugares: em Atenas-2004, quando os japoneses conquistaram o recorde de 17 ouros (junto com Seul-1988), e em Atlanta-1996 (14 ouros).

O Japão tem encarado uma decadência na performance paraolímpica (qualitativa e quantitativa) desde a edição na Grécia, 12 anos atrás, quando o país ganhou 52 medalhas. Em Pequim-2008, o total de insígnias foi 27, e em Londres-2012, 16 –com cinco ouros em cada uma.

Em todos os Jogos Paraolímpicos que disputou, o país asiático conquistou pelo menos um ouro –à exceção de Roma-1960, pois não participou. O menor número de medalhas douradas foi em Tóquio-1964, na primeira vez que a capital japonesa abrigou o evento: uma única comenda dourada.

Jason Cairnduff/Reuters
2016 Rio Paralympics - Men's Long Jump - T42 Final - Olympic Stadium - Rio de Janeiro, Brazil - 17/09/2016. Atsushi Yamamoto of Japan competes. REUTERS/Jason Cairnduff FOR EDITORIAL USE ONLY. NOT FOR SALE FOR MARKETING OR ADVERTISING CAMPAIGNS. ORG XMIT: OLYHB29
Atsushi Yamamoto, do Japão, foi prata no salto em distância (classe T42)

NOVO CICLO

O desempenho fraco na Rio-2016 não preocupa o CPI (Comitê Paralímpico Internacional). Questionado pela Folha se o Japão não poderia iniciar o ciclo até 2020 com pouca motivação devido à falta de ouros, Craig Spence, chefe de mídia do CPI, declarou: "Não. Pelo que conheço dos japoneses, fará com que fiquem determinados a se esforçar durante quatro anos. As pratas e bronzes daqui se transformarão em ouros".

Torihara, do comitê japonês, afirmou que, encerrada a Paraolimpíada no Rio, será elaborado um plano para 2020. "Vamos analisar cada esporte individualmente para definir as prioridades." Ele citou tênis em cadeira de rodas, natação, judô e atletismo como modalidades que devem estar entre as que mais receberão investimentos –o valor a ser aplicado não foi divulgado.

Além disso, o dirigente espera contar com o fator casa para que os ouros voltem a aparecer em boa quantidade. "Esperamos que em 2020 o entusiasmo da torcida motive os atletas a conseguir ganhar as medalhas de ouro."

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade