Saindo do limbo

Personagens esquecidos da história

José de Alencar (1794-1860)
Pai do escritor homônimo articulou revoltas e o "golpe da maioridade"

1817 - Revolução Republicana
Natural do Crato, Alencar era um seminarista em Olinda (PE) quando eclodiu a Revolução de 1817. Adere ao movimento e, segundo o historiador Marco Antonio Villa, demonstra tal capacidade de liderança que é enviado ao Ceará para expandir a revolução. Com seus sermões, deflagra a revolta em 3 de maio. No dia 11, porém, os monarquistas retomam a cidade. Condenado à prisão, é anistiado em 1821. Em dezembro, ele é eleito deputado às Cortes Portuguesas. Vai a Lisboa em 1822.

1822 - Choque com Portugal
Entra em choque com deputados lusitanos. Recusa-se a assinar a Carta portuguesa, em setembro. Perseguido, foge para a Inglaterra, de onde volta ao Brasil. Em 16 de outubro, mesmo ausente, é eleito deputado no Ceará. No Rio, opõe-se a d. Pedro 1º, que dissolve a Constituinte em 12 de novembro.

1824 - Confederação do Equador
A revolta estourou no dia 2 de julho, mas no Crato ela já tinha começado em 2 de fevereiro. A repressão aos republicanos é violenta. Alencar é preso, mas escreve uma súplica ao imperador e é absolvido. Em março de 1829, nasce seu filho José de Alencar (futuro escritor). Em dezembro, é eleito deputado. Presidente da Câmara em 1830, é um dos principais opositores de d. Pedro 1º, que renuncia em 7 de abril de 1831. Em 1832, torna-se senador.

1834 - Presidente do Ceará
Nomeado presidente do Ceará em 23 de agosto, governou o Estado até 1837. Lá funda a primeira escola normal, combate o tráfico de escravos e o banditismo no sertão, incentiva a imigração de colonos europeus, inaugura o porto de Mucuripe e o Banco da Província do Ceará, o segundo banco do país. Volta ao Senado em 1838, opondo-se ao novo regente.

1840 - Golpe da Maioridade
Funda em abril a "Sociedade Promotora da Maioridade" de d. Pedro 2º. O "golpe" antecipa sua posse e leva os liberais ao poder. Alencar volta ao governo do Ceará em 10 de setembro, mas se demite em 1841, regressando ao Senado. Morre em 1860, ano em que seu filho homônimo é eleito deputado pelo Partido Conservador.

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