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Quilos enfrentam cultura do fast food
especial para a Folha
A face mais gritante da oposição ao restaurante gastronômico,
onde serve-se arte culinária, é o fast food. Não que esse artifício
seja um mal em si. O problema surge quando ele deixa de ser o petisco
e passa a substituir refeições.
A herança ibérica dos brasileiros privilegia as refeições que aconteçam
com um mínimo de dignidade: sentados, à mesa ou num balcão, com
comida “de verdade”, imbuída de sabor, sobre um prato ladeado de
talheres.
É curioso que a massacrante invasão dos fast food não tenha vingado
plenamente no Brasil. A exceção é dada pelo McDonald’s, cuja insossa
gororoba venceu graças aos mecanismos de convencimento subliminar
e da pequena corrupção sobre as crianças.
Outras redes têm fracassado,tendo como adversário um curioso Davi:
o restaurante por quilo. Instituição que se impôs vertiginosamente
na última década, o quilo está longe de ser o paraíso, por problemas
inerentes ao sistema de bufê: pratos que não se adaptam aos réchauds,
que os requentam e subvertem seu ponto; comida exposta aos perdigotos
do público; filas constrangedoras.
Ainda assim, existe alguma dúvida de que um almoço com arroz, feijão,
salada, legumes, carne, seja mais satisfatório, em todos os sentidos
(de paladar, de nutrição, e até de preço) que um sanduíche sempre
igual inclusive na sua ausência de sabor? (JM)
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tabuleiro da baiana teve...
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