ANGELA
DE CASTRO GOMES
À
Margem da História da República (1981),
de Vicente Licínio Cardoso (org.) (Ed. UnB) - Livro
histórico, organizado por um engenheiro positivista,
reunindo ensaios produzidos pelos mais representativos intelectuais
atuantes nas primeiras décadas da República:
Alceu Amoroso Lima, Oliveira Viana, Ronald de Carvalho, Pontes
de Miranda etc. É um precioso balanço crítico,
realizado por ocasião das comemorações
do centenário da Independência, cuja primeira
edição é de 1924.
Coronelismo,
Enxada e Voto (1975), de Victor Nunes Leal (Ed. Nova Fronteira)
- Um clássico da literatura sobre a Primeira República
que muito extrapola este período, colocando sob enfoque
questões fundamentais para o exercício da dominação
política em nosso país. Um grande número
de trabalhos foram produzidos desde que o autor, em 1949,
defendeu sua interpretação. Todos lhe são
tributários, reconhecendo seu pioneirismo e agudeza
de análise.
A
Revolução de 30 (1970), de Boris Fausto
(Ed. Companhia das Letras) - Análise historiográfica
que retoma e aprofunda as críticas à concepção,
vigente à época, de que os conflitos da Primeira
República e a própria Revolução
de 30 adviriam do enfrentamento entre setor agroexportador
e setor urbano-industrial. Com sólida pesquisa histórica,
o autor impõe uma nova interpretação,
centrada nos conflitos intra-oligáquicos fortalecidos
por movimentos militares, que não mais abandonaria
a produção de textos sobre o período
republicano.
O
Brasil Republicano (1975-86), de Boris Fausto (org.),
(volumes 8, 9, 10 e 11 da "História Geral da Civilização
Brasileira) (Ed. Bertrand) - Grande obra, reunindo numerosos
colaboradores de formações acadêmicas
diferenciadas, que procura abordar temas e questões
da história política, econômica, social
e cultural da República no Brasil. Referência
obrigatória para os que desejam conhecer o período,
tanto em termos históricos quanto historiográficos.
A
Formação das Almas (1990), de José
Murilo de Carvalho (Ed. Companhia das Letras) - Autor com
ampla produção sobre o período imperial
inova a literatura que analisa a República, colocando
como seu objeto a produção de símbolos
e o estudo do imaginário político. É
excelente exemplo da renovação da história
política no Brasil, do trabalho interdisciplinar e
do uso de fontes ainda hoje pouco frequentadas, como telas,
caricaturas e charges.
O
Problema do Sindicato Único no Brasil (1978), de
Evaristo Moraes Filho (Ed. Alfa-Ômega) - Outro texto
clássico que aborda tema emblemático de estudos
sobre o período republicano: a montagem do sistema
sindical do pós-30 e a questão do corporativismo.
Publicado pela primeira vez em 1952, o livro, de um dos primeiros
professores de direito do trabalho no Brasil, inaugura uma
longa lista de seguidores, que reúne sociólogos,
antropólogos, cientistas políticos e historiadores,
desde então.
A
Revolução Brasileira (1966), de Caio Prado
Jr. (Ed. Brasiliense) - Logo após o movimento militar
de 1964, o livro deste prestigioso historiador desencadeou
muitos debates, especialmente pelas críticas desenvolvidas
às interpretações compartilhadas sobre
a formação histórica brasileira, que,
até então, orientavam particularmente as atividades
da esquerda brasileira. Neste sentido, torna-se um texto-referência,
quer para os trabalhos que se voltaram para a análise
do período do pré 1964, quer para os que investiram
no estudo do regime militar.
Cidadania
e Justiça (1979), de Wanderley Guilherme dos Santos
(Ed. Campus) - Um livro que marcou os debates de fins dos
anos 70 e da década seguinte, incorporando-se definitivamente
à bibliografia de todos os que desejam pesquisas e
temas vinculados à política social e à
organização do trabalho no Brasil. Uma contribuição
decisiva à reflexão sobre os caminhos e os obstáculos
do processo de construção da cidadania na República.
A
Ordem do Progresso (1989), de Marcelo Paiva Abreu (org.)
(Ed. Campus) - Coletânea produzida por ocasião
das comemorações do centenário da República,
reúne textos que procuram fazer uma análise
da economia brasileira, em perspectiva histórica, cobrindo
o período que vai da proclamação até
o governo Sarney.
História
da Vida Privada no Brasil (1998-99), de Fernando Novais
(org.), volumes 3 e 4 (Ed. Companhia das Letras) - Volumes
organizados, respectivamente, por Nicolau Sevcenko e Lilia
M. Schwarcz, trata-se de obra conjunta, em que vários
colaboradores examinam diferenciados temas, todos confluindo
para a questão das relações entre o público
e o privado no Brasil. Um rico, recente e estimulante panorama
da história sociocultural do período republicano.
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