EVALDO CABRAL DE MELLO

 

Os Sertões , de Euclides da Cunha (Ed. Francisco Alves) - A importância da obra cifra-se hoje não na sua inspiração teórica ou doutrinária, mas no vigor da narrativa, que sobreviveu bem melhor à prova do tempo do que a parte ambiciosamente interpretativa do livro, que já nasceu inatual.

Ordem e Progresso , de Gilberto Freyre (Ed. Record) - Sob a aparência desorganizada e boêmia da obra, característica mais presente nela do que em outros livros do autor e da qual ele fazia garbo, encontram-se várias idéias originais sobre a República Velha, a que não se tem dado a devida atenção. As duas primeiras páginas do primeiro capítulo constituem ponto altíssimo da prosa em língua portuguesa.

Um Estadista da República , de A.A. de Melo Franco - Trata-se de um livro que, graças à pesquisa sólida e ao estilo sóbrio, oferece o que até agora se escreveu de melhor em matéria de história política da República Velha.
O Brasil Republicano , de Boris Fausto (org.) (Ed. Bertrand) -Obra coletiva, tem as virtudes e os defeitos dos projetos desta natureza no Brasil, de vez que não é possível preservar um alto nível de qualidade para todas as contribuições individuais. O mesmo ocorrera com as séries anteriores relativas ao Brasil colonial e ao Brasil monárquico.

História da República , de José Maria Belo - Trata-se de uma síntese da história política da República Velha que nada tem de extraordinária, mas que, dada a pobreza da historiografia sobre o assunto, ainda pode ser lida com interesse.

De Getúlio a Castelo , de Thomas Skidmore (Ed. Paz e Terra) -É uma obra de síntese cuja leitura pode servir de continuação ao livro de José Maria Belo.

Lanterna na Popa , de Roberto Campos (Topbooks) - "Lanterna na Popa" é, na realidade, dois livros em um: uma análise crítica da política econômica do Brasil desde os meados do século 20; e as recomendações pessoais acerca de episódios em que esteve envolvido o autor e dos homens públicos que conheceu. Do ponto de vista do leitor, teria sido preferível que tivessem sido separados.

A Vida do Barão do Rio Branco , de Luiz Viana Filho (Ed. José Olympio) - É a obra-prima de um mestre da arte da biografia, que, como Octavio Tarquínio, tinha o dom narrativo que no Brasil parece ser monopólio dos biógrafos.

Memórias , de Gilberto Amado - Qualquer um dos volumes de memórias de Gilberto Amado pode ser lido com interesse, mas "História da Minha Infância" e "Minha Formação no Recife" são especialmente valiosos para captar o tom da existência provinciana na República Velha.

Baú de Ossos , de Pedro Nava (Ateliê Editorial) - O livro é o ponto alto da memorialística brasileira. O historiador da vida social da República Velha não o pode dispensar. É uma pena que os volumes seguintes não tenham a mesma densidade. Afinal de contas, não se é Proust facilmente.

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