EVALDO
CABRAL DE MELLO
História
do Brasil , de Robert Southey - O profundo conhecimento
da história de uma distante colônia portuguesa
por parte deste "poeta laureado" da Grã-Bretanha
foi motivo de mofa para seus contemporâneos ingleses;
mas se ainda hoje ele é lido não o deve a sua
poesia.
História
do Brasil , de H. Handelmann - Publicada dez anos decorridos
da primeira edição da "História
do Brasil", de Varnhagen (1854), a obra do historiador
alemão só em 1931 mereceu tradução
brasileira, tratando-se ainda hoje de livro escassamente lido,
embora possa ser considerado o iniciador do estudo da história
brasileira sob critério regional.
Capítulos
de História Colonial , de J. Capistrano de Abreu
(Ed. Itatiaia/ Edusp) - A despeito de redigido há quase
um século, permanece obra indispensável, devido
à garra sintetizadora do autor. Não é
o produto de intuições deixadas no ar, mas elaboradas
ao longo de muitos anos de convívio diário com
as fontes da história colonial.
Casa-Grande
& Senzala , de Gilberto Freyre (Ed. Record) - Obra
de intuições certeiras e de outras não
tão certeiras assim, proporciona uma visão poderosa
do nosso passado colonial. Submetido a análises pontuais,
mostra deficiências compreensíveis num livro
escrito nos anos 30 do século 20, quando o autor não
dispunha de uma infra-estrutura monográfica capaz de
embasar estudo de escopo tão ambicioso.
Caminhos
e Fronteiras , de Sérgio Buarque de Holanda (Ed.
Companhia das Letras).
Visão
do Paraíso , de Sérgio Buarque de Holanda
(Ed. Brasiliense) - "Caminhos e Fronteiras" e "Visão
do Paraíso" constituem duas obras-primas da nossa
historiografia colonial e, como tal, insuperadas por nenhum
outro livro dedicado ao período. Honram a historiografia
de qualquer país. Literariamente, também têm
lugar aparte graças ao estilo espaçoso do autor.
Tempo
de Flamengos , de J.A. Gonsalves de Mello - Na trilha
de Gilberto Freyre, que o estimulou aos estudos de história
social, o autor oferece um quadro abrangente da presença
holandesa no cotidiano urbano e rural do Nordeste e das relações
do invasor com luso-brasileiros, judeus, índios e negros.
Formação
do Brasil Contemporâneo , de Caio Prado Júnior
(Ed. Brasiliense) - Sessenta anos decorridos da sua redação,
continua a ser uma síntese magistral da existência
material da Colônia. Quem o consulta, constata invariavelmente
a precisão e a seriedade com que seu autor se desincumbiu
da tarefa, inclusive da cozinha do ofício. Obra escrita
por um marxista, ela poderia ser perfeitamente assinada por
um historiador que o não fosse.
Salvador
Correia de Sá e a Luta pelo Brasil e Angola , de
Charles R. Boxer - Trata-se da mais importante das obras dedicadas
ao Brasil por este eminente historiador do mundo luso-brasileiro
em língua inglesa. Seu conhecimento das fontes do século
17 é algo de notável, servindo para demonstrar
que a erudição ainda é o melhor antídoto
contra o envelhecimento dos livros de história.
Segredos
Internos , de Stuart B. Schwarz (Ed. Companhia das Letras)
-Verdadeiramente insubstituível para o estudo da mais
antiga das nossas sociedades coloniais, a canavieira do Nordeste.
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