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Veja depoimentos de cantores e compositores

AJB 03/02/97 19h17
Do Rio de Janeiro

Arnaldo Antunes - "Chico era uma das únicas coisas realmente originais surgidas nos últimos tempos, com um trabalho super promissor. Nos últimos tempos, tocando juntos, tínhamos nos apreoximado bastante. Minha identificação artística com o que ele fazia era total. Sinto que foi abortada uma parte do futuro da MPB"

Gilberto Gil- "Chico Science era uma grande cabeça, uma grande coração e uma enorme potência criativa, uma pessoa com responsabilidade em relação à sua comunidade. Acima de tudo tinha sabedoria na mistura dialética entre tradição e vanguarda. Era a grande promessa do futuro, já concretizada no trabalho que tinha realizado até agora. Fizemos vários shows juntos e é uma perda muito grande"

Alceu Valença - "A obra de Chico se mantém viva. Neste carnaval, os lanceiros de maracatu devem colocar todos os seus bombos e lanças em homenagem a Chico. Era um músico de grande noção rítmica, um talento que estava mostrando o Brasil para o mundo"

Hélder Vasconcelos (vocalista da banda Mestre Ambrósio) - "Chico abriu as portas para a música popular de Pernambuco. O que ele fez está feito, seus discos são históricos. Ele tinha uma preocupação de mostrar a nossa música. Nós, do Mestre Ambrósio, fomos beneficiados por isso. Ele nos apresentou aos brasileiros"

Roberto Frejat - "Conheci o Chico Science na primeira vez em que ele veio ao Rio tocar. Chico era bem humorado, alegre, carinhoso, amigo mesmo. Ele já era o grande representante dos anos 90. Nas nossas conversas ele mostrava que era extremamente consciente do que fazia. Tinha intuição, mas com consciência de suas misturas musicais"

Fernanda Abreu - "A gente dividiu alguns shows e nos encontros de bastidores dava para sentir que a admiração era mútua. Chamei o Chico e a Nação Zumbi para participar do meu próximo CD, que traz seis músicas inéditas e oito regravações. Ele fez uma releitura de "Rio 40 graus" que ficou genial. Gravamos durante dois dias, no fim de novembro do ano passado. Fiquei impressionada com o jeito dele trabalhar, com o profissionalismo e o nível de exigência. Chico era um perfeccionista. A faixa começa com uma frase dita por ele: ‘é sambando que aqui se dança’, e ele repetiu umas 17 vezes até encontrar a entonação certa. Chico ajudou a mudar a cara do Recife, participou de uma guinada cultural do Nordeste e com justiça virou o representante do Mangue Beat. Seu trabalho tinha uma consistência impressionante, além do que ele era muito bom de cena, o que é muito raro no Brasil. Tínhamos combinado de fazer um show juntos. Era o começo de uma parceria!"