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Veja depoimentos a respeito do jornalista

Agência Folha 04/02/97 20h15
De São Paulo

Millôr Fernandes, escritor e colega de Paulo Francis no "Pasquim" - Podem falar muita coisa do Francis, menos que fosse uma figura que passasse sem ser notada. Era uma pessoa que tinha opinião, coisa rara no Brasil. E tinha uma característica que poucos conheciam: tinha um lado extremamente carente e doce."

Sérgio Britto, ator - "Era muito contraditório. Devia ter, de inimigos, o equivalente ao triplo do que tinha de amigos. Viabilizou uma crítica de teatro feroz, mas uma crítica. Não concordo com o Francis dos últimos tempos. Acho que sua veemência às vezes virava rabujice. Não concordo com sua implicância contra negros e homossexuais."

Nelson Motta, jornalista e produtor musical - "Quando estava de bom humor, era engraçado. De mau humor, era engraçadíssimo. É um dos últimos grandes titãs da cultura brasileira, da raça de Nelson Rodrigues e Glauber Rocha."

Sábato Magaldi, crítico teatral - "Sinto de o Paulo Francis não ter desenvolvido seu talento como ator e diretor de teatro. Acabou deixando a crítica teatral porque tinha interesses ligados à política. Discordo frontalmente de todas as suas posições políticas nos últimos anos, mas considero Francis um brilhante jornalista."

José Celso Martinez Corrêa, diretor de teatro - "Adoro o Francis. Admiro o brilho dele escrevendo. Ele soube como ninguém mostrar o mundo como um espetáculo político. Enquanto jornalista, foi extremamente teatral, mesmo tendo falado coisas absurdas."

Diogo Mainardi, escritor - "Francis era muito meu amigo. Em um país de gente conformista como o Brasil, fará uma falta enorme. Cumpria sozinho o papel de ir em direção contrária ao jornalismo subserviente com o poder."

Wilson Martins, crítico literário - "Não vejo nenhum outro jornalista que tivesse a influência, a popularidade, o número de leitores e a liberdade que teve nos jornais por que passou."

Jorge Zahar, editor - "Pena que morreu antes de fazer seu romance. O que queria mesmo era ser um romancista."

Jom Tob Azulay, diretor do filme "O Judeu" - "No início do período militar era muito visado por ser a voz de reação ao golpe. Seu traço mais marcante era a generosidade. Estava sempre pronto a ajudar os amigos, era a pessoa mais sem ódio e rancor que conheci."