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Paralamas preparam álbum acústico

Agência Folha 13/11/97 16h53
Do Rio de Janeiro

Os Titãs podem ter feito primeiro, mas os Paralamas do Sucesso estão fazendo melhor. Pior para o público que, por causa do bom ''Acústico'' dos Titãs, vai ficar privado, nos próximos meses pelo menos, do similar dos Paralamas, que engavetou omentaneamente a idéia do disco para não congestionar o mercado.

Menos mal que os Paralamas queiram aproveitar esse tempo para burilar seu acústico em pequenas apresentações paralelas aos shows normais do grupo. E a primeira dessas apresentações foi ontem à noite, no Hipódromo Up, no Rio de Janeiro, em um palco rodeado por 230 pessoas.

A idéia é repetir esse show em pequenos lugares em outras capitais onde a banda estiver tocando. Eles já estão à procura de uma casa de espetáculos em São Paulo. Como não vai dar para todo mundo ver as apresentações acústicas, a banda decidiu que elas serão surpresa, sem divulgação prévia -as rádios avisarão algumas horas antes.

Com visual moderno, os Paralamas mostraram ontem seu acústico -que é uma extensão do set que eles vêm fazendo no meio do espetáculo convencional. Houve, como atrações extras, o guitarrista Dado Villa-Lobos e a apresentação ao público de músicas do próximo disco dos Paralamas.

Foi um set curto, com 14 músicas. Com um começo e final empolgante e um miolo que não ficou à altura. Três das versões são matadoras: ''Lourinha Bom Bril'', com uma introdução latina, ''Vamo Batê Lata'', com citações de ''Relax'' do Frank Goes To Hollywood, e ''Manguetown'', de Chico Science, com os metais do US3.

Há um cover dos Talking Heads e outro de ''Eu Sei'', do Legião Urbana, que levantaram a platéia. Quando terminaram o show, os Paralamas repetiram metade das músicas a pedido da platéia. Quando abandonaram o palco, deixaram a sensação de que o espetáculo passara rápido demais.

Em relação ao disco dos Titãs -sim, os grupos torcem o nariz para essas comparações, mas os fãs perguntam-, o acústico dos Paralamas tem vários defeitos. Todos mercadológicos. Em primeiro lugar, esses são melhores músicos do que aqueles; em segundo lugar, esses não chamaram o maestro Jacques Morelembaum para fazer os arranjos (nem Wagner Tiso...); e em terceiro lugar, a maioria das músicas do repertório não é de sucessos. Talvez por isso seja tão bom...(Por Luiz Antônio Ryff)


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