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Descendentes se emocionam com o manto tupinambá

da Folha de S.Paulo 01/06/2000 10h02
em São Paulo

Logo que chegaram perto do manto tupinambá na Mostra do Redescobrimento, Nivalda Amaral de Jesus e Aloísio Cunha Silva choraram. Depois, permaneceram longo tempo em silêncio.

“Foi um remorso que eu senti”, tentou descrever dona Nivalda. “Escutei uma voz não sei de onde, que me disse: “É este. Não tem outro. Toda a história do nosso povo está aqui”.”

Aloísio surpreendeu-se com o formato da peça. “Não conseguimos fazer mais nada assim, uma veste que cai pelas costas. Agora entendo: quando os colonizadores levaram o manto, tiraram nosso poder _e, fracos, perdemos tudo.”

No fim-de-semana que passaram em São Paulo, os dois quase não usaram cocar. Só o puseram durante a visita à mostra. “É para quebrar a força dos brancos”, explicaram.

Em diversas ocasiões, entoaram pequenas “músicas de festa”, que aprenderam “com os parentes mais velhos”. A maioria das canções menciona os tupinambás.

Dona Nivalda gosta de uma em especial, por julgá-la premonitória. ‘Preste atenção nos versos. Parece que nossos antepassados já adivinhavam que, um dia, iríamos buscar o manto: “Eu vi gemer lá na mata, ê/ Eu vi gemer lá na mata, á/ Tupinambá é índio guerreiro/ que Tupã deixou na Terra/ para lutar pelo ideal/ Eu vim de muito longe/ pegar o que me pertence/ Viva nosso pai Tupã/ que ama muita gente”.” (AA)

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