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Esculturas de Miró vêm pela primeira vez ao Brasil

Da Folha de S.Paulo 05/04/2000 10h22
Em São Paulo

A Fundação Maeght francesa e o Consulado Geral da França anunciaram que trarão ao Brasil uma mostra inédita do artista plástico espanhol Joan Miró. São 36 esculturas de bronze, cinco pinturas e 13 obras em papel de uma fase menos conhecida, correspondente às décadas de 60 a 80, em que Miró se dedicou a esculpir.

O artista ganhou fama no pós-guerra ao participar, principalmente na pintura, do movimento surrealista, fazendo ilustrações para os textos que definiriam o movimento, como os de Tristán Tzara (1896-1963), poeta e escritor que começou dadaísta e tornou-se um dos maiores nomes do surrealismo.

A previsão é de que a mostra esteja aberta em agosto, em São Paulo, seguindo depois para o Rio e Curitiba. Não está decidido ainda que lugar abrigará as obras. Mas, como o espaço a ser ocupada será grande dado ao número expressivo de obras, os organizadores acreditam que o Masp, o MAM ou a Pinacoteca do Estado são os mais indicados.

Detentora das obras que serão expostas, a Fundação Marguerite e Aimé Maeght é de direito privado e organiza mostras na França e no exterior a partir de seu prestigiado acervo de 6.000 obras do século 20. De Cézanne a Basquiat, ela tem peças de Pierre Bonnard, Alexander Calder, Marc Chagall, Vassili Kandinsky, Fernand Léger, entre outros.

Não é a primeira vez que a Fundação atua no Brasil. Na última Bienal, em 1998, ela emprestou obras de Alberto Giacometti para a sala que abrigou as obras do escultor italiano.

As peças mais famosas que poderão ser vistas são as esculturas “Carresse d’un Oiseaux Coloreux” (67), “Constellation Silencieuse” (70) e “Femme et Oiseaux” (72).

Miró fez, sob patrocínio da Fundação, o “Labirinto”, em conjunto com os ceramistas Josep Llorens Artigas e Joan Gardy Artigas. Foi um dos produtos de uma parceria que durou 20 anos e resultou em 140 esculturas, 70 desenhos e oito pinturas, além de uma enorme tapeçaria e cerâmicas.

Foi Miró também quem sugeriu aos Maeght um amigo seu, o arquiteto José Luis Sert, responsável pela planta da sede da fundação, inaugurada em Saint Paul, em 28 de julho de 1964.
Sem apoio estatal, a Maeght atrai 250 mil visitantes por ano com exposições como “O Museu Imaginário de André Malraux”, misto de artes plásticas e literatura que foi sucesso na França.

Além de várias instituições na Europa, com quem a fundação tem vínculos antigos e está sempre promovendo obras, a Maeght já atuou nos EUA e Japão.

Segundo a adida cultural do consulado francês no Brasil, Agnes Nordmann, trata-se de uma oportunidade de se conhecer o todo o trabalho da Maeght, que também publica livros de reproduções, monografias e outros textos de artistas famosos, como “Os Cadernos de Braque”, escritos pelo próprio artista.

(Demetrius Caesar)

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