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Exposição de Monet em Paris combina com início da primavera

13/05/2000 14h04
RONALDO SOARES
da Folha de S.Paulo

É como se a natureza tivesse decidido homenagear o artista que a retratou de forma tão genial. O início "de fato" da primavera em Paris -com o tempo frio e chuvoso dando lugar, finalmente, a dias ensolarados na cidade- coincidiu com o primeiro final de semana de uma exposição dedicada a Monet.

A exposição é organizada pelo museu Marmottan, que escolheu para a mostra um título que combina tanto com uma retrospectiva da obra de Monet quanto com a primavera em Paris: "Passeios".

Essa é a primeira vez que o museu, que detém a mais importante coleção do artista, exibe seu acervo completo de obras do pintor francês.

São, ao todo, 130 trabalhos de Monet, entre pinturas, caricaturas e cadernos de desenhos e esboços, que ficarão em exibição no museu Marmottan até o dia 31 de dezembro.
A abertura da exposição traz "Impressão, Alvorecer", obra-prima mundial que originou o nome do movimento do qual Claude Monet participou, o impressionismo.

Resultado de uma viagem do pintor à Normandia em 1873 -quando ele tornaria célebre a vista do porto de Havre-, o quadro tem uma história marcada por alguns acontecimentos polêmicos.
Recusada inicialmente nos salões de arte, por ser considerada muito abstrata, a tela viria a ser exposta ao lado de trabalhos de outros artistas como Cézanne, Boudin, Degas, Renoir, Pissarro e Sisley, em uma mostra organizada pelo fotógrafo Nadar.

Ao classificar a iniciativa como "Exposição dos Impressionistas", em uma referência irônica ao trabalho de Monet, o crítico Louis Leroy batizaria o movimento criado pelo pintor francês e seus amigos.

Em 1874, a obra "Impressão, Alvorecer" foi comprada pelo equivalente hoje a pouco mais de R$ 200. Em outubro de 1985, o quadro foi roubado do Marmottan, junto com outras oito telas pertencentes ao museu.

A obra-prima passaria cinco anos em poder dos assaltantes, até ser recuperada no final de 1990, na Córsega.

Viagens

Em "Passeios", o público poderá conferir o resultado de algumas viagens de Monet a outras localidades da França ("Catedral de Rouen. Efeitos do Sol. Fim do Dia") e a outros países, como Noruega ("O Monte Kolsaas na Noruega" e "As Casas Vermelhas em Bjornegaard") e Inglaterra ("Londres. O Parlamento. Reflexos sobre o Tâmisa" e "Charing Cross Bridge").

Todo o talento de Claude Monet está expresso também em suas ricas paisagens ("A Primavera por entre os Ramos") ou em suas singelas cenas domésticas, como um dos retratos de seu filho caçula ("Michel Monet de Camisola Azul").

O período inicial da carreira do artista -uma série de caricaturas feitas dos 16 aos 18 anos de idade- também está retratado na exposição e ocupa uma sala do Marmottan.
Já as célebres séries produzidas por Monet em sua propriedade em Giverny - como "A Ponte Japonesa", "O Salgueiro Chorão" e a mais famosa delas, as "Ninféias"- ocupam todo o subsolo do museu.

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