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Vice-campeão foi o mais aplaudido em Cannes

AP 24/05/98 18h26
De Cannes, FRança

O filme do cineasta grego Theo Angelopoulos "A eternidade e um dia", sobre a luta de um poeta contra a lembrança e a morte, venceu hoje o 51° Festival de Cinema de Cannes. Ao aceitar a Palma de Ouro, Angelopoulos lembrou que tinha ficado aborrecido de receber apenas um prêmio de consolação no festival de 1995 pelo filme "O olhar de Ulisses". O diretor de 63 anos afirmou: "Se não recebesse o prêmio agora, não repetiria o que disse da última vez. Estou muito emocionado". Seu novo filme narra a história de um poeta às portas da morte que se torna amigo de um refugiado albanês antes de ser hospitalizado. O rapaz o ajuda a reviver magicamente sua mulher, Ana, por um dia. O presidente do júri, o diretor americano Martin Scorsese, disse que Angelopoulos ganhou o prêmio por unanimidade.



Mas o filme que ficou em segundo lugar foi mais aplaudido pelo público. "La Vita e Bella", do italiano Roberto Benigni, recebeu o Grande Prêmio. Benigni, além de dirigir, interpretou o papel do pai que recorre a métodos desesperados e cômicos para proteger o filho da realidade num campo de concentração nazista. Também foi Benigni que roubou o espetáculo. Ao receber o prêmio, beijou os sapatos de Scorsese e abraçou os membros do júri, em meio aos calorosos aplausos do público. "Ganhei a Palma de Ouro!", gritou Benigni. "Quero dedicar esse filme a todos os que não estão aqui e nos deixaram, que nos fizeram compreender o que significam a liberdade, o amor e a vida".



O prêmio de melhor diretor foi dado ao britânico John Boorman pelo filme "The General", história de um criminoso irlandês no estilo Robin Hood e perseguido tanto pela polícia como pelo IRA, o Exército Republicano Irlandês. "Esta semana, a nação irlandesa votou pela paz. Por isso o filme é dedicado ao povo irlandês", disse Boorman.



O ator britânico Peter Mullan ganhou o prêmio de melhor ator por seu papel de protagonista em "My Name is Joe", sobre um alcoólico que fica apaixonado e luta para se manter sóbrio. As francesas Elodie Bouchez e Natacha Regnier partilharam o prêmio de melhor atriz pelas interpretações de duas rebeldes da classe operária no filme "La Vie Revee des Anges". Ao terminar o festival, que combina filmes de arte com os grandes êxitos de bilheteria de Hollywood, os participantes assistiram "Godzilla" e depois foram a uma festa no transatlântico France, que se tornou muito popular por causa do filme "Titanic".




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