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Bienal do Livro alia números grandes, debates e nomes consagrados

CASSIANO ELEK MACHADO 27/04/2000 08h46
BRUNO ZENI
da Folha de S. Paulo

É só começar mais uma edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo e lá vem o desfile de números. Serão X mil lançamentos, Y mil metros quadrados, Z mil expositores.

Pois bem. Começa amanhã (sexta-feira), às 10h, a 16ª Bienal do Livro de São Paulo, e aí vão as estimativas dos números deste ano: 1.300 lançamentos de livros, nos estandes de 800 expositores, espalhados em 43 mil metros quadrados do Expo Center Norte.

Os algarismos são dilatados, mas não impressionam quando confrontados com os da Mostra do Redescobrimento, exposição de R$ 40 milhões, com cerca de 15 mil obras de arte, recém-inaugurada no parque Ibirapuera.

Idéias

Mas não é de números que trata uma Bienal do Livro, mas sim de letras. E como uma tradicional Bienal do Livro, a deste ano vem recheada das mais diversas combinações de alfabetos. São livros de preços, qualidades, credos, tamanhos... dos mais variáveis.

E eles não estão sozinhos. Já há tempos, Bienal também é sinônimo de eventos. E aqui voltam os números: são mais de 750 tardes de autógrafos, palestras, debates...

Palestras, claro, não são feitas sem palestrantes. E eles vêm às pencas. Dos mais diversos locais.

De Portugal, chega uma esquadra com 16 autores. Dos EUA, aterrissa Richard "Capelo Gaivota" Bach. Magnus Mills, ex-motorista de ônibus alçado a astro literário, chega da Inglaterra. O sociólogo de massas Domenico de Masi vem da Itália. Do Canadá, o romancista Alberto Manguel.

E antes que a lista se encerre, é bom dizer que haverá um Prêmio Nobel por aqui. Desta vez não será Saramago. É o bispo timorense Ximenes Belo, Nobel da Paz de 96.

Da terra dos 500 anos, claro, também foram escalados medalhões. Carlos Heitor Cony e João Ubaldo Ribeiro, Lygia Fagundes Telles e Ruth Rocha, Ferreira Gullar e Manoel de Barros.

Notáveis

É uma Bienal de presenças notáveis, mas também de ausências do mesmo nível. Vem Ximenes Belo, mas não Nelson Mandela e Günter Grass, os dois outros ganhadores do Nobel pré-anunciados pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), entidade que organiza o evento.

Também desfalca a Bienal o português António Lobo Antunes, um dos maiores escritores da atualidade, cujo nome aparecia na programação do Salão de Idéias, série de eventos promovidos pela CBL.

É neles, aliás, que a entidade amontoa suas fichas. Raul Wassermann, presidente da CBL, diz que o grande trunfo da Bienal 2000 são as discussões culturais relacionadas aos 500 anos. Também ressalta o papel de "popularizar o livro".

"Tentamos sempre diminuir uma certa aura do livro e das livrarias como "templos de saber". Queremos mostrar a diversidade do mercado livreiro", diz.

Internet

O domínio do mercado pelas megalivrarias e a crescente comercialização de livros via Internet preocupam a CBL? O tema não consta da programação de discussões da Bienal.

"O debate sobre o papel dos novos meios vai acontecer naturalmente, nas conversas de corredor. É a vez da Internet. Mas não acho que ela atrapalhe, pelo contrário. A rede tirou público da TV e trouxe de novo o hábito de escrever, com a troca de e-mails", sustenta Wassermann.

O futuro, parece, os corredores é que dirão.

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