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“Jornal de Resenhas” ganha retrospectiva em SP

da Folha de S.Paulo 31/05/2000 09h21
em São Paulo

O suplemento literário “Jornal de Resenhas”, que circula no segundo sábado de cada mês na Folha, comemora os seus primeiros cinco anos com uma mostra na Faculdade Santa Marcelina.

Das 672 páginas publicadas desde 3 de abril de 1995, foram selecionadas 240.

Copiadas em xerox em tamanho natural, as páginas serão expostas em painéis.

“Na seleção, tentei privilegiar uma idéia de conjunto, chamando a atenção para um trabalho artístico de qualidade impresso em jornal”, afirmou Inês Raphaelian, artista plástica e uma das curadoras da exposição.

Carlos Thadeu de Oliveira, 37, produtor gráfico do caderno de circulação nacional e também curador, disse que a proposta é mostrar trabalhos de pessoas de renome nacional e internacional e de artistas não tão conhecidos, mas não menos importantes.

Serão expostos trabalhos de artistas como Lygia Pape, Amilcar de Castro, Regina Silveira, Waltércio Caldas, Rodrigo de Andrade, que ilustraram textos de Davi Arriguci Jr., Fernando Novais, Décio de Almeida Prado, Antonio Candido, Sábato Magaldi, entre outros.

“A mostra deixa de fora muitos resenhistas e artistas, mas o prestígio que o “Jornal de Resenhas” alcançou também é fruto do trabalho dos que não aparecem”, afirmou Carlos Thadeu.

Fases

Sempre em preto-e-branco, o “Jornal de Resenhas” teve apenas uma edição com cor na capa e na contracapa. Foi o número 37, que trazia ilustração de Paulo Pasta para texto de Davi Arriguci Jr. sobre livro do escritor Murilo Rubião.

Para Franklin de Matos, professor associado do departamento de filosofia da Universidade de São Paulo e editor do suplemento, o “Jornal de Resenhas” passou nesses cinco anos por três fases. “Primeiro, era tablóide (publicação em formato de meio jornal). Depois, virou standard (padrão) e, a partir do número 50, o caderno tem a participação do artista Amilcar de Castro.”

Amante de jornal, já tendo realizado trabalhos que marcaram a história da imprensa brasileira _como a reforma gráfica do “Jornal do Brasil” nos anos 50_, o mineiro Amilcar ilustra as capas do caderno desde 8 de maio de 1999, brincando inclusive nas variações do nome do suplemento.

“Para mim, é uma alegria, é gostoso, é vivo. Eu gostaria mesmo de estar na redação.”

História

Em 1994, entre um grupo de professores da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, surgiu a idéia de criar um caderno literário que pudesse cobrir a produção literária com um enfoque diferente.

Seria um jornal mensal dedicado exclusivamente aos livros, com críticas sob a forma de resenhas, feitas por acadêmicos especialistas em diferentes áreas, e com as páginas ilustradas por artistas plásticos das mais variadas correntes.

A idéia conseguiu o apoio da USP e de sua editora, a Edusp, e também da Folha, jornal que veicula o caderno.

O primeiro número foi publicado em formato tablóide. Depois de dez meses, assumiu o formato standard, igual ao do restante do jornal.

No ano seguinte, o convênio entre USP e Folha ganhou a adesão da Universidade Estadual Paulista, por meio da editora Unesp, e, em 1999, da Universidade Federal de Minas Gerais e da editora da UFMG.

(Fernanda Cirenza)

O quê: Exposição “Cinco Anos de Jornal de Resenhas”
Quando: abertura hoje (quarta-feira), a partir das 20h. De 1º de junho a 7 de julho, de segunda a sexta, das 8h às 21h
Onde: Faculdade Santa Marcelina - espaço de exposições Eugenie Villien (r. Emílio Ribas, 89, Perdizes, em São Paulo)
Quanto: entrada franca

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