Vale é vendida Consórcio Brasil paga R$ 3,34 bi pela estatal Brasil Online 06/05/97 20h38 De São Paulo Depois de mais de uma semana de tentativas, o governo conseguiu finalmente vender a Companhia Vale do Rio Doce, a maior mineradora do mundo, em um rápido pregão que durou quatro minutos. O comprador foi o Consórcio Brasil, liderado pela Companhia Siderúrgica Nacional, que pagou R$ 3,34 bilhões pela companhia, ágio de 19,99% sobre o preço mínimo estabelecido pelo BNDES. Às 17h47, batido o martelo, cantou-se o Hino Nacional dentro do pregão da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro; enquanto isso, do lado de fora, começou uma briga entre a polícia e manifestantes contrários à privatização. No começo da noite, a juíza Valéria Medeiros, da 9ª Vara Federal do Rio, concedeu uma liminar que suspenderia os efeitos do leilão. Segundo os analistas esta medida não anula o resultado mas adia a posse dos novos controladores. Segundo o ministro do Planejamento, Antônio Kandir, o ágio conseguido na venda da Vale "foi o maior já obtido" em termos percentuais. O presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, afirmou que acha "impossível" o cancelamento do leilão, realizado, segundo ele, dentro dos limites legais. O presidente do Grupo Votorantim, Antônio Ermírio de Moraes, do consórcio Valecom, cumprimentou os adversários. "Foi uma vitória limpa", afirmou.
No meio da tarde, chegou-se a conclusão de que a liminar não tinha poder de suspender nada, segundo garantiu o advogado da BVRJ, André Luiz de Mendonça. Assim que a única liminar restante foi derrubada, o BNDES reiniciou o leilão. O que é a Vale A Companhia Vale do Rio Doce é a maior produtora e exportadora de minério de ferro do mundo, mas também atua em outras áreas, tais como mineração de ouro, bauxita, manganês, cobre, caulim e potássio; na produção de alumina, alumínio, aço, ligas, celulose e papel; na operação de seus próprios portos, ferrovias e navios de longo curso. O conglomerado de empresas é de economia mista, com o Tesouro Nacional sendo dono de 51% das ações. Também possuíam participação os fundos de pensão nacionais, fundos de estrangeiros e o público em geral. O faturamento anual é de US$ 5 bilhões. Além da CSN, o Consórcio Brasil, que adquiriu o controle acionário da Vale, é formado pelos fundos de pensão Previ (dos empregados do Banco do Brasil), Petros (dos empregados da Petrobrás), Funcef (dos empregados da Caixa Econômica Federal), Fundação Cesp (dos empregados da Cesp), o fundos de investimento Opportunity Asset Manager e o banco de investimentos Nations Bank, dos EUA. O outro consórcio, Valecom, tinha, além da Votorantim, a mineradora sul-africana Anglo American, o Sistel (fundo de pensão dos empregados da Telebrás), o Centrus (fundo de pensão dos empregados do Banco Central), a mineradora brasileira-japonesa, Caemi-Mitsui, o fundo Brasil-Japão de Participações -formado por diversas corporações- e o grupo financeiro Safra.
A Venda da Vale
10h - Horário marcado para início do leilão na BVRJ; três liminares ainda bloqueavam a sua realização
Com informações da Agência Folha e AJB
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