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Ieltsin reúne equipe econômica para tentar acalmar os russos

AP 28/05/98 12h28
De Moscou (Rússia)

O presidente da Rússia, Bóris Ieltsin, tentou nesta quinta-feira (28) acalmar os investidores, garantindo que seu governo não pretende desvalorizar o rublo ou permitir que a crise econômica afunde numa espiral sem volta. "Os mercados financeiros não irão despencar. O Banco Central e o Ministério das Finanças têm reservas suficientes para controlar a situação", assegurou o chefe de Estado após reunião com o premiê Sergei Kiriyenko e outros membros da equipe econômica.

Na quarta, o pânico no mercado financeiro levou o Banco Central a triplicar a taxa de juros, de 50% para 150%. Os esforços do governo para estabilizar a economia começam a apresentar resultados. A Bolsa de Valores de Moscou recuperou parte da perda de 11,5% da quarta e fechou nesta quinta em alta de 7,16%. O rublo também deu sinais de recuperação frente ao dólar, valorizando 5,7% em comparação ao fechamento do dia anterior.

Preocupado com o pânico dos investidores registrado na quarta, Ieltsin exigiu que sua mensagem fosse transmitida a toda a população pelas três principais emissoras de televisão do país.

O governo de Moscou negou ter pedido ajuda ao FMI (Fundo Monetário Internacional) ou a qualquer outra instituição financeira. Mas o vice-ministro das Finanças, Oleg Vyugin, reconheceu que esse apoio poderia "suavizar a situação rapidamente". Vyugin disse estar "seguro de que não usaria um crédito de estabilização, caso fosse concedido à Rússia". Entretanto, admitiu que teria um impacto positivo. "Exerceria um papel sociológico, porque este é um pânico de raízes psicológicas", avalia.

Aos russos -e em especial aos investidores-, Ieltsin mandou um recado: prometeu continuar as reformas do governo que pôs em andamento em março, quando destituiu o primeiro-ministro Viktor Chernomyrdin e todo o seu gabinete. "Rolarão duas ou três cabeças", durante a reunião da comissão de impostos de emergência marcada para esta sexta, disse o presidente. Os cobradores "são ineficientes, têm de trabalhar mais", segundo o líder russo.

No resto do mundo, a situação russa ainda é vista com cautela. Apesar disso, as bolsas operaram com menos tensão. Não houve nenhuma baixa significativa nos mercados europeus. Nos EUA, a Bolsa de Nova York abriu em baixa mas depois passou a operar em alta.

© Associated Press 1998


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