E S P E C I A L
Vale
do Rio Doce

Íntegra do edital de licitação da Companhia Vale do Rio Doce


Brasília 06/03/97

CAPÍTULO 6 - Informações sobre a CVRD


6.1 INTRODUÇÃO



As informações sobre a CVRD contidas neste Capítulo, à exceção daquelas constantes dos seus itens 6.8 e 6.8.1, foram extraídas exclusivamente do Formulário "Form 20-F", arquivado na "United States Securities and Exchange commission - SEC", sob o n° 000-26030, cuja preparação e tradução foi feita pela CVRD, a qual deverá ser consultada para a obtenção de informações complementares.


6.2 HISTÓRIA DA CVRD



A CVRD, sociedade de economia mista federal, com sede na Avenida Graça Aranha, n° 26, 6° andar, Rio de Janeiro, inscrita no CGC/MF sob n° 33.592.510/0001-54, foi criada pelo Decreto-lei n° 4.352, de 1° de junho de 1942, e incluída no PND pelo Decreto n° 1.510, de 1° de junho de 1995, que foi posteriormente alterado pelo Decreto n° 1.539, de 27 de junho de 1995. A CVRD foi fundada pelo governo brasileiro, para ser proprietária e operar as minas de minério de ferro localizadas em Itabira, no Estado de Minas Gerais, e a estrada de ferro Vitória a Minas, que operava para transportar minério de ferro e produtos agropecuários pelo Vale do Rio Doce, no Sudeste do Brasil, até o Porto de Vitória, no Estado do Espírito Santo. A CVRD foi fundada em conformidade com compromissos do Reino Unido, de contribuir com as minas de minério de ferro de Itabira, e dos Estados Unidos da América, de proporcionar financiamento para a aquisição de equipamentos ferroviários e de mineração. A razão inicial da CVRD era organizar a produção e a exportação de minério de ferro, através do Sistema Sul da CVRD, com a finalidade de ajudar a atender às necessidades estratégicas de matérias-primas durante a 2ª Guerra Mundial.
Em 1970, a CVRD e a United States Steel Corporation iniciaram uma associação visando ao desenvolvimento dos depósitos minerais de minério de ferro de alta qualidade, localizados em Carajás. Após ter adquirido a participação da U.S. Steel Corporation, na sociedade, em 1977, A CVRD começou a construção do complexo de mineração do minério de Ferro de Carajás, bem como da Estrada de Ferro Carajás, relacionada ao complexo, com financiamento junto a várias instituições multilaterais e financeiras comerciais, incluindo o Banco Mundial e a Comunidade Européia de Carvão e Aço. O complexo de mineração de Carajás e seus receptivos serviços de transporte tiveram o início das operações em escala comercial em 1987. O resultado das vendas de minério de ferro da CVRD em 1994 excedeu a 100 milhões de toneladas pela primeira vez na história da empresa.


6.3 ESTATUTO SOCIAL



A CVRD é regida pelo seu Estatuto Social, atualizado de acordo com as alterações aprovadas em Assembléias Gerais Extraordinárias e Ordinárias da CVRD.


6.4 CAPITAL E AÇÕES



De acordo com a Assembléia Extraordinária realizada em 10 de abril de 1996, o capital social da CVRD é de R$ 1.962.489.177,34 (hm bilhão, novecentos e sessenta e dois milhões, quatrocentos e oitenta e nove mil, cento e setenta e sete reais e trinta e quatro centavos), dividido em 388.559.056 (trezentos e oitenta e oito milhões, quinhentas e cinqüenta e nove mil e cinqüenta e seis) ações, sendo R$ 1.262.585.975,04 (hum bilhão, duzentos e sessenta e dois milhões, quinhentos e oitenta e cinco mil, novecentos e setenta e cinco reais e quatro centavos) divididos em 249.983.144 (duzentos e quarenta e nove milhões, novecentos e oitenta e três mil, cento e quarenta e quatro) AÇÕES CVRD e R% 699.903.202,30 (seiscentos e noventa e nove milhões, novecentos e três mil, duzentos e dois reais e trinta centavos) divididos em 138.575.912 (cento e trinta e oito milhões, quinhentas e setenta e cinco mil, novecentas e doze) ações preferenciais de emissão da CVRD.

As ações preferenciais de emissão da CVRD podem ser ações de classes "A" ou ações de classe "B", correspondendo atualmente as primeiras à totalidade das ações preferenciais emitidas. Os titulares das ações preferenciais classe "A" de emissão da CVRD têm os mesmos direitos dos titulares das AÇÕES CVRD, com exceção do direito de voto para a eleição dos membros do Conselho de Administração, cabendo-lhes, todavia, o direito de eleger um membro do Conselho Fiscal e o respectivo suplente. Os titulares das ações preferenciais classe "B" de emissão da CVRD não gozam do direito de voto. Além disso, os titulares das ações preferenciais classe "A" de emissão da CVRD têm prioridade no recebimento de um dividendo anual mínimo de 6% (seis por cento), calculado sobre a parcela do capital social constituída por essa classe de ações e rateado entre elas em partes iguais. Os titulares das ações preferenciais classe "B" de emissão da CVRD, por sua vez, têm prioridade no recebimento de um dividendo anual mínimo de 6% (seis por cento), calculado sobre a parcela do capital constituída por essa classe de ações, depois de pago ou provisionado o dividendo dos titulares das ações preferenciais classe "A" de emissão da CVRD, e rateado entre elas em partes iguais. Além do dividendo prioritário, os titulares das ações preferenciais classe "A" e "B" de emissão da CVRD concorrem aos dividendos e bonificações em igualdade de condição com os titulares das AÇÕES CVRD.

As AÇÕES CVRD e as ações preferenciais de emissão da CVRD, as quais são nominativas e não têm valor nominal, são detidas de acordo com a seguinte estrutura:

                          União            Outros               Total
Ações Ordinárias        189.907.964      60.075.180         249.983.144
(%)                        75,97            24,03              100,00
Ações                    8.744.308      129.831.604         138.575.912
Preferenciais
(%)                       6,31             93,69               100,00
Total                  198.652.272      189.906.784         388.559.056
(%)                        51,13           48,87               100,00

6.5 NEGÓCIOS DA CVRD



6.5.1 MINÉRIO DE FERRO E PELOTAS

As operações de exploração de minério de ferro estão concentradas em duas regiões no Brasil, quais sejam, o Sistema Sul, nos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, e o Sistema Norte, nos Estados do Pará e Maranhão, cada qual incorporando as reservas e jazidas de minério de ferro, minas em operação, instalações de processamento do minério e instalações integradas de ferrovias e terminais de transportes.

Sistema Sul. O Sistema Sul tem reservas provadas e prováveis de minério de ferro estimadas pela CVRD em aproximadamente 1,4 bilhão de toneladas que podem ser processadas pelas tecnologias atuais. As reservas do Sistema Sul tem um teor médio de ferro de 56,3%. O minério é obtido através do método de cortes ou escavações a céu aberto, em minas localizadas no Estado de Minas Gerais, e geralmente em terras de propriedade da CVRD. As operações de concentração são realizadas para melhorar o grau de pureza do minério, conforme seja necessário, nas instalações de extração da CVRD, no local da lavra, visando ao teor de ferro entre 64% e 67%. O minério de ferro é, depois, transportado para as instalações portuárias da CVRD, ou diretamente para clientes domésticos produtores de aço, através da estrada de ferro Vitória a Minas. A rede ferroviária estende-se por 540 quilômetros, a partir de Itabira, e 616 quilômetros, a partir de Timbopega, até o Porto de Tubarão, terminal marítimo localizado próximo ao Porto de Vitória, no Estado do Espírito Santo. O complexo de Tubarão, que inclui as instalações de pelotização da CVRD e de suas empresas coligadas, abrange cerca de cinco milhas quadradas e pode armazenar até 4,9 milhões de toneladas de minério de ferro. O Porto de Tubarão pode receber navios de até 305.000 toneladas de transporte bruto (dwt) e tem uma velocidade máxima de carregamento de 30.000 toneladas por hora.

Outras jazidas minerais no Sistema Sul incluem 6,2 bilhões de toneladas de minério de hematita e itabirito friável, situadas no Quadrilátero Ferrífero do Estado de Minas Gerais, que podem ser processados pela utilização da tecnologia atual. Outras 3,0 bilhões e toneladas de itabirito duro estão presentes e a CVRD desenvolve tecnologia e conduz avaliações econômicas a fim de determinar a viabilidade da produção deste material. Há ainda outras 13,4 bilhões de toneladas de minério de ferro fora da área principal, representando pequenas jazidas.

Sistema Norte. O Sistema Norte tem reservas provadas e prováveis de minério de ferro estimadas em aproximadamente 1,8 bilhões de toneladas, em Carajás, no Estado do Pará (representando uma vida útil da mina de 34 anos, aproximadamente, nos níveis atuais de produção), e outros depósitos de minério de ferro, próximas a Carajás, estimados em aproximadamente 15,4 bilhões de toneladas. O complexo de mineração de Carajás está situado em terras públicas sob o seu domínio e a CVRD detém concessões de lavra, contendo uma das maiores reservas mundiais de minério de alto teor de ferro. O minério de ferro explorado em Carajás tem uma média natural de 66,2% de teor de ferro, sendo que o "sinter feed" e o minério granulado negociáveis podem ser produzidos, geralmente, através de simples operações de britagem e peneiramento, no local. O complexo integrado de Carajás consiste em uma mina a céu aberto com instalações de extração adjacente para a produção de finos do tipo "sinter feed" (aproximadamente 90% da produção) e minério granulado (aproximadamente 10% da produção). Os pátios de armazenamento junto às instalações de beneficiamento têm capacidade para 1,0 milhão de toneladas. Do armazenamento, o minério de ferro de Carajás é transportado por 892 km para as instalações portuárias na Ponta da Madeira, localizada em São Luís, no Estado do Maranhão, através da ferrovia que liga Ponta da Madeira a Carajás, operada sob regime de concessão pela CVRD.

O complexo da Ponta da Madeira tem um pátio de armazenamento para até 2,2 milhões de toneladas, e pode receber navios que deslocam até 420.000 toneladas de porte bruto (dwt), e tem uma velocidade máxima de carregamento de 16.000 toneladas por hora. A Estrada de Ferro Carajás tem uma capacidade para transportar diariamente 130.000 toneladas de minério de ferro. As minas de minério de ferro da CVRD em Carajás recebem energia elétrica de instalações de eletricidade de concessionária pública estadual, a preço de mercado.

Pelotas. A pelotização é um processo de aglomeração para agregar partículas finas e ultrafinas de minério ("pellet feed") em pelotas de tamanho e qualidade adequados para os processos siderúrgicos. A CVRD conduz as atividades de pelotização principalmente para alargar seus mercados de produtos de minério de ferro finos e ultra-finos. Embora a CVRD esteja considerando a construção de uma planta de beneficiamento em Carajás (para processar 1,5 milhão de toneladas, por ano, de "pellet feed", cuja produção teve início em março de 1996, em Carajás), as atividades de pelotização da CVRD estão sendo atualmente conduzidas no Sistema Sul, e estão projetadas para a produção de pelotas destinadas aos altos fornos ou aos processos de redução direta na fabricação do aço.

A CVRD opera cinco plantas de pelotização em seu Terminal Marítimo de Tubarão, das quais duas são de propriedade direta da CVRD e três são resultado de associações com produtores de aço italianos, espanhóis e japoneses, empresas estas majoritárias na associação, quais sejam, Companhia Ítalo-Brasileira de Pelotização (Itabrasco), Companhia Hispano-Brasileira de Pelotização (Hispanobrás) e Companhia Nipo-Brasileira de Pelotização (Nibrasfco). As plantas de propriedade da CVRD têm uma capacidade anual conjunta de 5,1 milhões de toneladas de pelotas. As três plantas das coligadas têm uma capacidade anual conjunta de 14,9 milhões de toneladas de pelotas. Em julho de 1995 a CVRD celebrou um contrato com a Pohang Iron and Steel Company (Pohang), uma empresa sul-coreana, para formar a coligada Companhia Coreano-Brasileira de Pelotização (Kobrasco), da qual a CVRD é proprietária de 50% e a Pohang, de 50%. Com um investimento de U S$ 215 milhões, a planta de pelotização da Kobrasco será construída no Terminal Marítimo de Tubarão, com capacidade de produção anual de 4 milhões de toneladas.

Através das coligações de pelotização, a CVRD tem colocação assegurada para seu "pellet feed", enquanto os parceiros estrangeiros das coligadas têm garantido o suprimento de pelotas de minério de ferro de alta qualidade. Dependendo das necessidades anuais, os parceiros estrangeiros das coligadas compram aproximadamente de 50% a 70% da produção das plantas, e a CVRD compra o restante. Embora as coligadas de pelotização operem geralmente com baixas margens de lucro, a CVRD lhes vende seu "pellet feed" a preço de mercado. Historicamente, 100% das necessidades de minério de ferro para a produção nas plantas de pelotização das coligadas foram supridas pela CVRD.

6.5.2 MANGANÊS

A CVRD iniciou suas operações com manganês em 1985. A CVRD produz minério de manganês em sua mina de Azul, na região de Carajás, no Estado do Pará, e na sua mina de Urucum, na região do Pantanal, no Estado de Mato Grosso do Sul. A CVRD estima que a mina de Azul tem reservas provadas e prováveis de 23 milhões de toneladas de minério de manganês (representando uma vida de 15 anos de produção nos níveis atuais) e outras jazidas minerais de manganês de aproximadamente 22 milhões de toneladas. A CVRD estimava que a mina de Urucum tem reservas provadas e prováveis de 3 milhões de toneladas de minério de manganês (representando uma vida de 8 a 10 anos, dependendo das condições geotécnicas) e outras jazidas minerais de manganês de aproximadamente 24 milhões de toneladas. A CVRD opera as plantas de beneficiamento no local, para ambas as minas de Azul e de URUCUM.

6.5.3 OURO

A CVRD iniciou suas operações com outro em 1984 e, atualmente, tem sete minas ativas, duas das quais estão programadas para fechar em 1997. As minas de outro da CVRD estão localizadas nos Estados de Minas Gerais, Bahia, Tocantins e Pará e empregam métodos de mineração subterrânea e a céu aberto. Cada mina inclui uma instalação de processamento para produzir barras de ouro a partir do minério bruto. Em 1995, a Companhia foi a maior produtora individual de ouro na América Latina, com uma produção total de 16,3 toneladas (524.398 onças troy) de ouro refinado, um aumento de 21% sobre a produção de ouro de 1994.

Em 31 de dezembro de 1995, a CVRD tinha reservas provadas e prováveis de 106,4 toneladas (3,4 milhões de onças troy) de ouro, representando 6 a 7 anos de atividade nos níveis atuais de produção. A CVRD anunciou publicamente sua intenção em aumentar a produção anual de ouro de 16,3 toneladas por ano, em 1995, para aproximadamente 31 toneladas até o ano 2000. Em 1995, a CVRD teve gastos da ordem de R$ 25 milhões na pesquisa de ouro e no desenvolvimento dos recursos, incluindo R$ 19,5 milhões de despesas relacionadas à prospecção de novas jazidas e R$ 5,5 milhões de despesas direcionadas à extensão das jazidas existentes. Em 1996, a CVRD havia orçado gastos no valor de R$ 37,5 milhões para a pesquisa de ouro. A CVRD atualmente encontra-se comprometida em negociações com várias companhias de mineração estrangeiras, visando à instituição potencial de consórcios para a exploração de ouro de algumas de suas áreas de prospeção selecionadas no Brasil. Em fevereiro de 1996, a CVRD anunciou uma descoberta de ouro, enquanto realizava uma pesquisa na Serra Leste, no Estado do Pará.

6.5.4 COBRE E PRATA

Atualmente a CVRD não tem qualquer produção de cobre e produz uma pequena quantidade de prata como subproduto de suas operações de ouro. No entanto, a CVRD está desenvolvendo a jazida de cobre, ouro e prata de Salobro (localizada a 77 quilômetros a noroeste da mina de minério de ferro de Carajás), no Estado do Pará, através da Salobro Metais Ltda. (ML), uma coligada com a Mineração Morro Velho Ltda., uma empresa associada da anglo-americana Co. A ML é 50,0% de propriedade da CVRD. A CVRD estima que as jazidas totais de minério de cobre em forma de sulfeto, de Salobro, inclusive reservas provadas e prováveis e outras jazidas (com teor mínimo de 0,45% de cobre) tenham 529 milhões de toneladas, com um grau de pureza médio de 0,96% de cobre, o que representa 23 anos de vida da mina aos níveis de produção anual esperados, e jazidas de minerais adicionais de 465 milhões de toneladas de minério de cobre. O consórcio de Salobro aprovou formalmente o desenvolvimento de instalações para mineração de cobre no valor de US$ 1,5 bilhão, esperado para ser financiado em parte por intermédio de um financiamento garantido pelo empreendimento e em parte pelo BNDES. A construção do projeto de Salobo aconteceria ao longo de quatro anos, aproximadamente. Espera-se que a mina tenha capacidade de produção anual de 200.000 toneladas de ácido sulfúrico como subprodutos. O cobre e os outros minerais produzidos na mina de Salobo deverão ser transportados por caminhões e ferrovia, através da estrada de ferro e terminais das instalações portuárias da CVRD, em seu Sistema Norte.

6.5.5. CAULIM

As atividades de caulim da CVRD são executadas através da Pará Pigmentos S.A., uma coligada entre a CVRD, a Caulim da Amazônia, uma empresa brasileira de mineração, a Mitsubishi Corporation of Japan e a International Finance Corporation. Esta coligada foi formada em 1992 com a finalidade de desenvolver reservas provadas e prováveis de caulim, localizadas no Estado do Pará, estimadas em aproximadamente 45 milhões de toneladas, com uma clareza média do produto de aproximadamente 86,6%. O caulim, uma argila fina e branca de silicato de alumínio, é usado nas indústrias de papel, cerâmica e farmacêutica como um agente de cobertura e enchimento. As operações de caulim da CVRD destinam-se a complementar sua expansão na área de papel e celulose.

A CVRD tem uma participação de 36% na coligada de caulim. Esta coligada iniciou a construção de instalações de mineração de caulim no valor de USA 135 milhões, que é a Capim I, no Estado do Pará. A mina Capim I terá uma capacidade nominal anual de produção, inicial, de 300.000 toneladas de caulim. O caulim produzido nesta mina, a Capim I, será transportado pôr tubulação adutora de aproximadamente 180 quilômetros até as instalações portuárias perto de Belém, no Rio Tocantins. A mina é acessível pôr estrada de rodagem e obtém sua energia elétrica a preços de mercado, de instalações elétricas regionais. Após o início da produção do caulim, a CVRD e seus sócios na coligada pretendem considerar o planejamento de uma segunda fase na expansão da produção do caulim, da ordem de USA 30 milhões, o que poderia aumentar a capacidade anual de produção da Capim I para 630.000 toneladas.

6.5.6 POTÁSSIO

A CVRD arrenda (através de um contrato de arrendamento de 25 anos, prorrogável) da Petróleo Brasileiro S.A (Perturbas), uma mina de potássio com capacidade atual de 400.000 toneladas pôr ano. A mina é a única mina de potássio ativa no Brasil. A CVRD paga uma remuneração (royalty) de 2,5% sobre o preço de venda F.O.B. O mercado interno brasileiro comprou aproximadamente 2,7 milhões de toneladas de potássio, em 1995, visando, principalmente, a agricultura. A CVRD investiu aproximadamente USA 25 milhões na mina de potássio para aumentar a produção anual de sua capacidade atual. A mina produziu 371.000 toneladas em 1995, uma diminuição de 30.000 toneladas em relação à sua produção de 1994, que se deve principalmente a uma interrupção de 22 dias, na mina, causada pôr um acidente na extração mineral ocorrido em setembro de 1995. A mina é acessível por estrada de rodagem e seus produtos de potássio são atualmente transportados por caminhões para seus clientes domésticos. Em dezembro de 1994, a CVRD iniciou a operação de um terminal marítimo, no Estado de Sergipe, próximo à mina de potássio, que melhora sua capacidade de atender à demanda em novos mercados. Atualmente, a CVRD empreende planos para o desenvolvimento das instalações visando à produção comercial de cloreto de sódio, em sua mina de potássio.

6.5.7 TRANSPORTE

6.5.7.1. TRANSPORTE FERROVIÁRIO

A CVRD opera dois sistemas ferroviários, cuja função básica é transportar os produtos de minério de ferro da CVRD das localidades das minas, no interior, até as instalações portuárias, no litoral. As duas ferrovias desempenham também um papel de destaque no atendimento das necessidades de transporte de cada área, seja de passageiros ou de fretes. A CVRD acredita que seus dois sistemas ferroviários estão tecnologicamente adiantados e que operam com alto grau de segurança e eficiência. Em 1995, estas duas ferrovias transportaram um percentual significativo da tonelagem total de frete transportado pelas ferrovias brasileiras e a CVRD se considera líder no sistema ferroviário do Brasil, no que diz respeito à utilização do equipamento e das linhas.

Estrada de Ferro Carajás. Ela se origina na mina de minério de ferro de Carajás, no Estado do Pará, e estende-se por 892 quilômetros até as instalações portuárias e terminal marítimo da CVRD , em Ponta da Madeira, localizados próximo ao Porto de São Luís, no Estado do Maranhão. A Estrada de Ferro Carajás consiste em uma linha férrea, com ramais curtos e desvios para permitirem a passagem de trens em sentidos opostos. Sua frota é constituída de aproximadamente 80 locomotivas, 3.040 vagões de minério, 688 vagões de carga em geral e 35 vagões de passageiros. Em 1995, a estrada de ferro Carajás, como também é chamada, transportou um total de 48,8 milhões de toneladas de minério de ferro e outras cargas, das quais 3,9 milhões de toneladas foram de cargas transportadas para terceiros. Transportou, ainda, 836.000 passageiros, em 1995.

Estrada de Ferro Vitória a Minas. Ela se origina próximo da cidade de Belo Horizonte e das minas da CVRD em Itabira no Estado de Minas Gerais. Estende-se por 898 quilômetros até as instalações portuárias e terminais de embarque da CVRD em Tubarão, perto do Porto de Vitória, no Estado do Espírito Santo. A Estrada de Ferro Vitória a Minas é constituída de duas linhas férreas que permitem a viagem contínua dos trens em sentidos opostos. Sua frota possui aproximadamente 213 locomotivas, 7.590 vagões de minério, 5.537 vagões de carga em geral e 66 vagões de passageiros. Em 1995 a Estrada de Ferro Vitória a Minas transportou um total de 101,0 milhões de toneladas de minério de ferro e outras cargas, das quais 56,1 milhões de toneladas foram de cargas transportadas para terceiros. Transportou, ainda, 1,6 milhão de passageiros, em 1995.

As cargas principais transportadas pela estrada de ferro Vitória a Minas são o minério de ferro, o aço, o carvão e o ferro-gusa levados para os produtores de aço localizados ao longo da ferrovia, e o calcário conduzido até os produtores de cimento localizados nos Estados de Minas Gerais e Goiás. A Estrada de Ferro Vitória a Minas transporta também celulose desde as instalações de fábrica da Cenibra, no Estado de Minas Gerais, até os terminais portuários, no Estado do Espírito Santo.

6.5.7.2. NAVEGAÇÃO

As atividades de navegação da CVRD são executadas principalmente através da Vale do Rio Doce Navegação S.A. (Docenave), fundada em 1962 para, inicialmente, transportar os produtos de minério de ferro para os clientes estrangeiros, e expandiu-se de maneira a promover o transporte marítimo de várias cargas até os clientes domésticos e estrangeiros. As operações da Docenave aumentam as atividades de venda de minério de ferro e propiciam, também, à CVRD uma fonte regular de conhecimento estratégico, técnico e comercial no que tange ao desenvolvimento de negócio da navegação transoceânica. A Docenave, suas controladas e coligadas (o Grupo Docenave) possuem atualmente 15 graneleiros (1,4 milhão de toneladas de porte bruto no total), 2 navios de minério/petróleo (0,4 milhão de toneladas de porte bruto no total) e freta outros 4 navios em fretamento de médio e longo prazo. Além disso, o Grupo Docenave freta regularmente navios de fretamento de curto prazo, incluindo uma média de aproximadamente 40 navios, durante o ano de 1995. O Grupo Docenave possui 9 rebocadores.

6.5.7.3. TERMINAIS MARÍTIMOS

Os terminais marítimos da CVRD geraram um total de carga combinada de 123 milhões de toneladas, em 1995, das quais 76 milhões de toneladas representaram minério de ferro e outras cargas para a CVRD e outros membros do Grupo CVRD e 47 milhões de toneladas, representaram minério de ferro e outras cargas de terceiros.

Terminal Marítimo de Tubarão/Praia Mole. Este complexo fica localizado próximo ao Porto de Vitória, no Estado do Espírito Santo. O terminal ocupa quase cinco milhas quadradas e tem capacidade para armazenar até 4,9 milhões de toneladas de minério. O complexo de pelotização da CVRD fica localizado no terminal. As instalações portuárias em Tubarão/Praia Mole podem receber navios que deslocam até 305.000 toneladas de porte bruto e têm velocidade máxima de carregamento de 30.000 toneladas por hora. A estrada de ferro Vitória a Minas, da CVRD , transporta minério das instalações de extração, em Minas Gerais, diretamente para o terminal. A CVRD opera também um terminal de grãos na área de Tubarão. O acesso ao terminal de grãos é feito por rodovia. A CVRD planeja iniciar uma expansão do terminal marítimo de Tubarão/Praia Mole no valor de US$ 38 milhões, expansão esta que incluirá as instalações complementares de terminal marítimo de cargas em geral, bem como outras melhorias projetadas para incrementar a velocidade do carregamento e eficiência de usas instalações portuárias.

Terminal Marítimo de Ponta da Madeira. Este complexo fica localizado próximo ao Porto de São Luís, no Estado do Maranhão. A área do terminal tem capacidade de armazenar até 2,2 milhões de toneladas de minério. As instalações portuárias de Ponta da Madeira podem receber navios que deslocam até 420.000 toneladas de porte bruto e tem a velocidade máxima de carregamento de 16.000 toneladas por hora. A estrada de ferro Carajás transporta minério das instalações de extração, no Pará, diretamente para o terminal, no Maranhão. Em 1994, a CVRD aumentou a capacidade operacional deste terminal marítimo com a construção de um segundo embarcadouro, elevando a capacidade total do complexo do terminal para 45 milhões de toneladas por ano, e permitindo sua expansão para lidar com diversas cargas. Em 1995, a CVRD iniciou uma expansão dos pátios de armazenamento, equipamentos de peneiramento e transportadores de carga da Ponta da Madeira, no valor de US$ 51,5 milhões, expansão esta para ser realizada em três anos, visando ao aperfeiçoamento das operações do segundo embarcadouro.

6.5.8 BAUXITA, ALUMINA E ALUMÍNIO

As atividades da CVRD com bauxita, alumina e alumínio são realizadas, principalmente, através da Vale do Rio Doce Alumínio S.A. (Aluvale), uma subsidiária integral da CVRD , constituída como a empresa holding das várias empresas associadas e coligadas envolvidas nas operações do Grupo CVRD na mineração da bauxita, no refino de bauxita em alumina, e na produção de alumínio primário e ligas de alumínio. As operações diretas da Aluvale consistem basicamente na venda do alumínio primário produzido por uma das coligadas de alumínio da CVRD , a Valesul Alumínio S.A. (Valesul), localizada no Estado do Rio de Janeiro. Uma subsidiária separada da CVRD , a Itabira International Company Ltd. é responsável pela venda de alumínio primário produzido pela coligada da CVRD , na área do alumínio, a Alumínio Brasileiro S.A. (Albrás), localizada no Estado do Pará.

6.5.8.1. MINERAÇÃO DE BAUXITA

As atividades de mineração de bauxita da CVRD são realizadas pela Mineração Rio do Norte S.A. (MRN), um consórcio formado pela Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), pela Billiton Metais S.A. (Billiton) e pelas associadas da Alcan, Alcoa, Reynolds Aluminum e Norsk Hydro. A coligada MRN foi formada em 1972 e a CVRD possui 40% de seu capital.

As minas da MRN estão localizadas na região norte do Estado do Pará e têm reservas provadas e prováveis de bauxita estimadas em aproximadamente 208 milhões de toneladas, que fazem prever uma vida de mina de aproximadamente 22 anos, aos níveis atuais de produção. A exploração de outras jazidas minerais, nas imediações, poderia estender as operações por mais 50 anos. A MRN também opera instalações de beneficiamento de minério na mina. O sistema de mineração está ligado por ferrovia a um terminal de carregamento e instalações portuárias no Rio Trombetas, e a uma instalação ferroviária correlata que atende às instalações de bauxita da MRN. As instalações portuárias de Trombetas podem receber navios de até 50.000 toneladas de porte bruto. A MRN é a proprietária das instalações portuárias e opera ferrovia. Em 1995, a MRN produziu 8,5 milhões de toneladas de bauxita metalúrgica. A CVRD e suas parceiras na associação compram a produção de bauxita da MRN a preços estabelecidos por uma fórmula baseada nos preços de mercado mundial de alumina e alumínio. Todas as necessidades de bauxita da Alunorte, a coligada da CVRD para a alumina, estimadas em 2,7 milhões de toneladas por ano, são supridas pela MRN nos termos de um contrato de longo prazo, ao mesmo preço que MRN vende às parceiras que ela tem na coligada. A MRN teve uma receita de R$ 162 milhões e lucro líquido de R$ 12 milhões, em 1995, comparados ao lucro líquido de R$ 30 milhões, em 1994.

6.5.8.2. ALUMINA

A CVRD possui uma participação direta de 57,45% e, através da MRN, tem uma participação adicional de 9,84% na Alumina do Norte do Brasil S.A. (Alunorte), que é uma coligada para desenvolver uma planta de refino de bauxita para produzir alumina, um material de alimentação para a produção de alumínio. A construção inicial da planta da Alunorte aconteceu em 1982 e foi recomeçada em 1993, após um período de atividades suspensas. A planta da Alunorte começou a operar em julho de 1995 e espera-se que alcance sua capacidade plena de produção de 1,1 milhão de toneladas por ano, por volta do quarto trimestre de 1996. A planta está localizada próximo a Belém, no Estado do Pará, perto das instalações da coligada de alumínio da Companhia, a Albrás, para aproveitar a infra-estrutura já existente.

O projeto de alumina da Alunorte é uma "joint venture" firmada entre a CVRD , a MRN, a CBA e a Nippon Amazon Aluminum Co. Ltd. (NAAC), que é um consórcio japonês. Os acionistas da Alunorte, com exceção da MRN, são obrigados a comprar, através de contratos de "leva-ou-paga", a proporção da produção da Alunorte correspondente às percentagens de suas participações acionárias na Alunorte. A MRN tem o direito, mas não a obrigação, de comprar a sua quota percentual da produção da Alunorte. Desde outubro de 1995, a Alunorte fornece 100% das necessidades de alumina da Albrás, que é uma das duas coligadas da Aluvale para a produção de alumínio primário, a um preço de fórmula projetada para refletir os preços do mercado internacional de alumina e alumínio. Desde janeiro de 1996, a Alunorte tem fornecido 100% das necessidades de alumina da CVRD para sua coligada de alumínio, a Valesul, localizada no Estado do Rio de Janeiro.

6.5.8.3. ALUMÍNIO

A CVRD participa em duas coligadas para a produção dos produtos de alumínio primário. A Companhia tem uma participação de 51% na Albrás, que produz alumínio primário sob a forma de lingotes e 49,7% de participação na Valesul, que produz alumínio primário sob a forma de lingotes e algumas ligas metálicas. O alumínio é produzido a partir da alumina através de um processo eletroquímico contínuo, que demanda grandes quantidades de energia elétrica.

Albrás. A coligada de alumínio Albrás, iniciou suas operações em 1985 em uma planta construída perto de Belém, no Estado do Pará. A planta da Albrás é uma das maiores plantas de alumínio do mundo, e opera com uma capacidade de aproximadamente 345.000 toneladas por ano. A CVRD possui uma participação de 51% na coligada Albrás, enquanto que a NAAC possui os 49% restantes. Desde outubro de 1995, a coligada Albrás tem comprado 100% de suas necessidades de alumina das instalações de refino da bauxita da vizinha coligada Alunorte, e os dois projetos compartilham a energia elétrica e outras infra-estruturas. Em 1995, a Albrás produziu 341.000 toneladas de alumínio primário e ligas de alumínio, gerando receitas no valor de R$ 584 milhões e um prejuízo líquido no valor de R$ 78 milhões, se comparado com o lucro líquido de R$ 252 milhões, em 1994.

Valesul. A coligada de alumínio da CVRD, com a Billiton, iniciou suas operações em 1982 e opera na base de fabricação sob encomenda ("toll manufacturing basis"), convertendo alumina e outras matérias primas em alumínio primário, ligas de alumínio sob a forma de lingotes, chapas, barras e tarugos. Sob o processo de fabricação sob encomenda, a CVRD e sua parceira na coligada repartem proporcionalmente entre si a produção e os custos, a ela relacionados, da Valesul. A planta da Valesul está localizada no Estado do Rio de Janeiro, e tem uma capacidade de aproximadamente 93.000 toneladas por ano. em 1995, a Valesul produziu 94.100 toneladas de alumínio, das quais aproximadamente 50.600 toneladas foram produzidas para a CVRD. A Valesul teve receitas de R$86 milhões e lucro líquido de R$ 6 milhões, em 1995, comparado ao prejuízo líquido de R$ 6 milhões, em 1994.

6.5.9. PRODUTOS DE AÇO E FERRO-LIGA

A CVRD possui participação em seis usinas siderúrgicas, no Brasil, na Argentina e nos Estados Unidos da América, e em quatro usinas de ferro-liga na França e no Brasil. As participações da CVRD na maioria das usinas brasileiras e argentinas foram adquiridas em conseqüência dos programas de privatização desses países. A produção global de aço, em 1995, das usinas siderúrgicas nas quais a CVRD detém uma participação foi de aproximadamente 16,3 milhões de toneladas.

O quadro a seguir apresenta as participações da CVRD junto aos fabricantes de produtos de aço e ferro-liga, nos períodos indicados.

                     País   Participação  Produção  Receitas  Produtos
                             da CVRD no     1995      1995    Principais
                            capital total
AÇO
Usiminas Siderúr-   Brasil        7,74      3,82     2,164   Aço laminado
gica de Minas                                                    a quente
Gerais S.A.                                                  Aço laminado
(Usiminas)                                                         a frio
                                                            Chapas de aço
                                                                  grossas
  
Companhia Siderúr-  Brasil        9,10      4,02     2,562   Aço laminado
gica Nacional (CSN)                                              a quente
                                                             Aço laminado
                                                                   a frio
                                                             Aço galvani-
                                                                     zado
                                                             Chapas de es
                                                                    tanho
  
Companhia Siderúr-  Brasil        22,19     3,39       905   Placas de a-
gica de Tubarão                                                       ço.
  
Aço Minas Gerais    Brasil         4,84     2,15       690        Tarugos
S.A.(Açominas)                                               Tarugos qua-
                                                                   drados
                                                             Placas de a-
                                                                      ço.
..
Siderar Ind. y     Argentina       4,94     1,54       852   Aço laminado
Comercial S.A.                                                   a quente
                                                             Aço laminado
                                                                   a frio
                                                             Aço galvani-
                                                                     zado
  
California Steel     EUA          50,00      1,4       688   Aço laminado
Industries Inc.                                                  a quente
(CSI)                                                        Aço laminado
                                                                   a frio
                                                             Aço galveni-
                                                                     zado
                                                             Tubos de aço
  
Ferro-liga         França         65,00      0,041      65   Ferro-manga-
Société Européne                                                      nês
D’ Alliages la                                               Silício-man-
Siderurgie                                                          ganês
(SEAS)
  
Nova Era Silicon   Brasil         49,00      0,134      36   Ferro-manga-
(NES)                                                                 nês
  
Vale-Usiminas
Particip. S.A.
Cia Paulista de    Brasil         17,00      0,131      89   Ferro-manga-
Ferro Ligas                                                           nês
Eletrosiderúr-     Brasil         17,00      0,114      52   Ferro-manga-
gica Bras. S.A.                                                       nês



  
6.5.10 CELULOSE, PAPEL E REFLORESTAMENTO

A CVRD participa das atividades de celulose, papel e reflorestamento através de suas coligadas Bahia Sul Celulose S.A (Bahia Sul) e Celulose Nipo-Brasileira S.A. (Cenibra), cada uma delas comprometida, primordialmente, na produção de celulose branqueada de eucalipto, e na controlada Florestas Rio Doce S.A. (FRD), que está engajada principalmente na administração e pesquisas de reflorestamento. A CVRD juntamente com as suas coligadas detêm uma área de mais de 560.000 hectares de terra, incluindo 238.000 hectares atualmente reflorestadas e administrados para a produção da celulose.

Bahia Sul. É uma coligada de celulose e papel, entre a CVRD, a Companhia Suzano de Papel e Celulose, a BNDESPAR e a International Finance Corportation. A CVRD possui 27,89% da Bahia Sul. Esta iniciou suas operações em 1992, administra uma área de 115.000 hectares (dos quais 65.700 hectares estão reflorestados com eucalipto), e possui uma fábrica de celulose localizada no Estado da Bahia, projetada para produzir 500.000 toneladas anuais de celulose branqueada de eucalipto (ou 290.000 toneladas de celulose e 250.000 toneladas de papel não revestido e isento de madeira, em bobinas). Em 1995, a Bahia Sul vendeu 315.900 toneladas de celulose branqueada de eucalipto e 154.600 toneladas de papel, gerando receitas operacionais no valor de R$ 407,0 milhões e um lucro líquido de R$ 39 milhões, comparado ao lucro líquido de R$ 18 milhões, em 1994. Aproximadamente 70% das vendas da Bahia Sul, no ano de 1995, consistiram em exportações. O principal mercado da celulose da Bahia Sul é a Ásia, que respondeu por aproximadamente 34% das vendas de celulose, em 1995. O mercado principal para a produção de papel é o Brasil, que representou aproximadamente 40% das vendas de papel da Bahia Sul, em 1995. Esta é auto-suficiente na madeira usada para a confecção de seus produtos.

Cenibra. É uma coligada para a celulose entre a CVRD e um grupo de produtores japoneses de papel. A CVRD detém 51,48% da Cenibra. Esta iniciou suas operações em 1977, administra uma área de 200.100 hectares de terra (dos quais 92.100 hectares estão reflorestados com eucaliptos), e possui uma fábrica de celulose localizada no Estado de Minas Gerais, projetada para produzir celulose branqueada de eucalipto. Em 1995, a Cenibra produziu 364.100 toneladas de celulose, gerando receitas operacionais no valor de R$ 243,4 milhões e um lucro líquido de R$ 116 milhões, comparado ao lucro líquido de R$ 16 milhões, em 1994. Aproximadamente 90% da produção de celulose da Cenibra é exportada. Em 1995, aproximadamente 53% de sua produção foi comprada pelos acionistas japoneses por contratos tipo "take-or-pay" (leva-ou-paga), 14% da produção foram vendidos na Europa (principalmente no Reino Unido) e 22% da produção foram vendidos, nos Estados Unidos da América. Os acionistas japoneses firmaram um contrato de longo prazo, na base de "take-or-pay" (leva-ou-paga), a fim de adquirir 50% da produção anula da Cenibra, a preços com base nos preços mundiais de mercado para a celulose. A Cenibra é uma empresa auto-suficiente na madeira utilizada na confecção de seus produtos. Sua produção de celulose é transportada até as instalações portuárias, através da estrada de ferro Vitória a Minas.

Celmar. A CVRD também participa na CELMAR S.A. - Indústria de Celulose e Papel (Celmar), uma coligada de celulose e produtos de área florestal, com a Ripasa S.A., um produtor brasileiro de celulose, e a Nissho Iwai Corporation, do Japão. A coligada está em seus estágios iniciais com investimentos totais atualmente estimados em aproximadamente US$ 960 milhões. A Celmar terá sua fábrica de celulose localizada no Estado do Maranhão, com uma capacidade anual de produção de celulose branqueada de eucalipto estimada em 500.000 toneladas, sendo que toda essa produção deverá ser para exportação. A CVRD possui 42,5% do projeto da Celmar. Esta administra atualmente uma área de 138.000 hectares de terra, dos quais 65.000 hectares estão destinados ao reflorestamento com a utilização do eucalipto. O plantio das florestas de eucalipto encontra-se em fase de realização, enquanto que as operações de fabricação são esperadas para o ano de 2002.

FRD. Ela administra 202.500 hectares de terra (dos quais 79.900 hectares encontram-se reflorestados com pinheiros e eucaliptos). As florestas da FRD estão localizadas, principalmente, nos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, e são exploradas com múltiplos propósitos, inclusive a venda de madeira para a produção da celulose e produtos industriais. Em 1995, a receita operacional da FRD foi de R$ 32 milhões e ela teve um prejuízo líquido de R$ 4 milhões, comparado ao lucro líquido de R$ 5 milhões, em 1994. A FRD está igualmente engajada em atividades relacionadas ao meio ambiente (principalmente serviços de reflorestamento para terceiros), o que respondeu por aproximadamente R$ 16 milhões de receitas, em 199. Todas as receitas com vendas e serviços da FRD são geradas no mercado interno brasileiro. Em 1994, a FRD iniciou um projeto piloto visando à fabricação de painéis em pinho voltados para o mercado doméstico. A CVRD avalia atualmente o potencial para o desenvolvimento de outros produtos de madeira, provenientes de seus recursos florestais.

6.5.11. PROJETOS DE ENERGIA ELÉTRICA

Como parte de seu processo regular de planejamento estratégico, a CVRD normalmente avalia as oportunidades de expansão de suas fontes geradoras de energia elétrica e infra-estrutura correlata, visando a melhoria da eficiência das atividades de mineração, de produção de alumínio, e outras, do Grupo CVRD. A CVRD considera também atualmente sua participação na privatização de certas instalações de eletricidade estatais regionais, e busca financiamento para a construção de uma segunda linha de transmissão, para o complexo de alumínio da Albrás.

Em julho de 1994, a CVRD celebrou um contrato prevendo para a CVRD uma participação de 35% em um consórcio com a Companhia Energética de Minas Gerais S.A. (Cemig) e quatro empresas do setor privado, contemplando a construção da usina hidrelétrica de Igarapava, no Rio Grande, no Estado de minas Gerais, com um custo estimado em aproximadamente US$ 270 milhões. A CVRD concordou em investir aproximadamente US$ 95 milhões em permuta por uma participação de 35% na planta da hidrelétrica. A usina hidrelétrica terá uma capacidade nominal projetada de 210 megawatts, e uma capacidade média de 126,5 megawatts. A construção teve início em 1995 e sua conclusão está prevista para 1999. A CVRD pretende usar a energia elétrica gerada pela planta de Igarapava em suas instalações de minério de ferro, em Itabira e Timbopega.


6.6. EMPRESAS CONTROLADAS



As controladas da CVRD estão localizadas tanto no Brasil como no exterior. A seguir, as principais controladas, cujos resultados são incorporados às demonstrações contábeis consolidadas, da CVRD:

Vale do Rio Doce Navegação S.A. (Docenave), constituída no Brasil, é 96,84% de propriedade da CVRD, e é responsável por operar o negócio de navegação da CVRD.

Vale do Rio Doce Alumínio S.A. (Aluvale), constituída no Brasil, é uma controlada integral da CVRD, que opera como "holding" das várias empresas que abrangem as operações do Grupo CVRD, na indústria do alumínio.

Rio Doce Finance Ltd. (RDF), Constituída nas Ilhas Caimã, é uma controlada integral da CVRD, e tem atuado como agente exclusiva de vendas e cobrança das exportações transoceânicas da CVRD, desde 1976.

Itabira International Company Ltd. (Itaco), constituída nas Bahamas, é uma controlada integral da CVRD, e atua como empresa "holding" das operações internacionais da CVRD, e se dedica a atividades comerciais.

Rio Doce Geologia e Mineração S.A. (Docegeo), constituída no Brasil, é uma controlada integral da CVRD, e atua como empresa de pesquisa geológica para a CVRD.

Florestas Rio Doce S.A. (FRD), constituída no Brasil, é 99,76% de propriedade da CVRD, e dedica-se ao setor de reflorestamento.

Minas da Serra Geral S.A. (MSG), constituída no Brasil, é 51% de propriedade da CVRD, e possui e opera a mina de minério de ferro de Capanema, no Estado de Minas Gerais.

Rio Doce International S.A. (RDI), constituída na Bélgica, é uma controlada integral da CVRD, e serve como agente comercial para exportações e importações na Europa, África e Oriente Médio.


6.7 PRINCIPAIS EMPRESAS COLIGADAS



A participação em coligadas com parceiros locais e estrangeiros constitui um componente importante da estratégia de crescimento da CVRD. As principais coligadas cujos resultados são registrados nas demonstrações contábeis consolidadas da CVRD, sob o método de equivalência patrimonial, são as seguintes:

A Companhia Ítalo-Brasileira de Pelotização (Itabrasco), que iniciou suas operações em 1977, é uma coligada entre a CVRD e a Ilva Mining N.V., uma sociedade italiana. A Itabrasco é 50,90% de propriedade da CVRD e produz pelotas de minério de ferro em uma planta de pelotização localizada no complexo portuário de tubarão/Praia Mole, também de propriedade da CVRD, a partir do minério lavrado pela CVRD. A Itabrasco teve receitas de R$ 100 milhões e lucro líquido de R$ 3 milhões em 1995.

A Companhia Hispano/Brasileira de Pelotização (Hispanobrás), que iniciou suas operações em 1979, é uma coligada entre a CVRD e a CSI Planos S.A., uma sociedade espanhola. A Hispanobrás é 50,89% de propriedade da CVRD, e produz pelotas de minério de ferro em uma planta de pelotização localizada no complexo portuário de Tubarão/Praia Mole, também de propriedade da CVRD, a partir do minério lavrado pela CVRD. A Hispanobrás teve receitas de R$ 100 milhões e lucro líquido de R$ 4 milhões em 1995.

A Companhia Nipo-Brasileira de Pelotização (Nibrasco), que iniciou suas operações em 1978, é uma coligada entre a CVRD e diversas empresas japonesas, entre outras, a Nippon Steel Corporation, a Kawasaki Steel Corporation, a Sumitomo Metal Industries Ltd., a Kobe Steel Co. Ltd., a Nisshin Steel Co. Ltd., a Nipoon Kokan K.K. e a Nissho Iwai Corporation. A Nibrasco é 51% de propriedade da CVRD e produz pelotas de minério de ferro em duas plantas de pelotização localizadas no complexo portuário de Tubarão/Praia Mole, também de propriedade da CVRD, a partir do minério lavrado pela CVRD. A Nibrasco teve receitas de R$ 237 milhões e lucro líquido de R$ 12 milhões em 1995.

A Companhia Coreano-Brasileira de Pelotização (Kobrasco) é uma coligada entre a CVRD e a Pohang Iron and Steel Company, uma sociedade sul-coreana. A Kobrasco é 50% de propriedade da CVRD e sua planta de pelotização será construída no complexo portuário de Tubarão/Praia Mole, da CVRD, com um investimento de US$ 215 milhões. A obra estará concluída em meados de 1998 e a planta de pelotização deverá ter a capacidade de produção anual de 4 milhões de toneladas de pelotas de minério de ferro.

A Pará Pigmentos S.A. é uma coligada recém estabelecida entre a CVRD, com 36% de seu capital, a Caulim da Amazônia, uma empresa mineradora brasileira, a Mitsubishi Corporation do Japão e a International Finance Corporation. Após o término da construção esta coligada terá uma capacidade anual de produção de 300.000 toneladas de caulim do tipo para cobertura.

A Alumínio Brasileiro S.A. (Albrás), que iniciou suas operações em 1985, é uma coligada entre a Aluvale e a Nippon Amazon Aluminum Co. Ltd. (NAAC). A Albrás é 51% de propriedade da Aluvale e produz alumínio primário sob a forma de lingotes e algumas ligas metálicas. Ela opera uma das maiores plantas de alumínio do mundo, com uma capacidade de produção de aproximadamente 345.000 toneladas por ano. A Albrás teve receitas de R$ 584 milhões e um prejuízo líquido de R$ 78 milhões, em 1995.

A Alumina do Norte do Brasil S.A. (Alunorte), que iniciou as operações em julho de 1995, é um empreendimento conjunto entre a Aluvale, a MRN e a Nippon Amazon Aluminum Co. Ltd., que refina bauxita para produzir alumina. A partir de outubro de 1995, a Alunorte forneceu 100% das necessidades de alumina da Albrás. A CVRD é proprietária de 57,45%, diretamente, e de 9,84% adicionais através da MRN, no capital da Alunorte. A Alunorte teve receitas de R$ 51 milhões e um prejuízo líquido de R$ 72 milhões, em 1995.

A Mineração Rio do Norte S.A. (MRN), que iniciou suas operações em 1979, é uma coligada entre a CVRD e empresas brasileiras e estrangeiras produtoras de alumínio. A MRN é 40% de propriedade da CVRD e opera um sistema integrado de mineração, processamento e transporte de bauxita, com as suas minas localizadas no Estado do Pará. A MRN teve receitas de R$ 162 milhões e um lucro líquido de R$ 12 milhões, em 1995.


A Celulose Nipo-Brasileira S.A. (Cenibra), que iniciou suas operações em 1977, é uma coligada entre a CVRD e a Japan Brazil Paper and Pulp Resources Development Co. Ltd.. A Cenibra é 51,48% de propriedade da CVRD e gerencia suas próprias florestas de eucalipto, produzindo celulose branqueada de eucalipto, em sua fábrica no Estado de Minas Gerais. A Cenibra teve receitas de R$ 243 milhões e um lucro líquido de R$ 116 milhões, em 1995.

A Bahia sul Celulose S.A. (Bahia Sul), que iniciou suas operações em 1992, é uma coligada com a CVRD Suzano de Papel e Celulose e a BNDESPAR, empresas brasileiras, e a International Finance Corporation (IFC) do Banco Mundial. A Bahia Sul é 27,89% de propriedade da CVRD e produz celulose branqueada e papel a partir de árvores de eucalipto cultivadas em suas próprias florestas. Ela opera uma única fábrica, no Estado da Bahia. A Bahia Sul teve receitas de R$ 407 milhões e um lucro líquido de R$ 39 milhões, em 1995.

A Celmar S.A. - Indústria de Celulose e Papel é uma coligada recém-criada entre a CVRD e a Ripasa S.A., um produtor brasileiro de celulose, e a Nissho Iwai Corporation, do Japão. A CVRD detém 42,5% da Celmar. Após o término da construção das instalações da fábrica de celulose da coligada, no valor estimado de US$ 960 milhões, em 2002, a Celmar espera ter uma capacidade anual de produção, inicial, de 500.000 toneladas de celulose branqueada de eucalipto.

A California Steel Industries Inc. (CSI) é uma coligada 50/50 entre a CVRD e a Kawasaki Steel Corporation, localizada a 60 milhas a leste da Cidade de Los Angeles. A CSI opera uma usina siderúrgica e obtém sua matéria prima (placas de aço) de mais de 15 fornecedores de todo o mundo. Seus maiores fornecedores são as usinas siderúrgicas brasileiras, especialmente a Cia, Siderúrgica de Tubarão (CST). A CST forneceu 450.000 toneladas de blocos de aço à CSI, em 1995. A CSI teve receitas de R$ 688 milhões e um lucro líquido de R$ 22 milhões, em 1995.

A Cia. Siderúrgica de Tubarão (CST), que iniciou suas operações em 1983, foi privatizada em 1992. A CVRD detém 22,19$ da CST e participa do grupo de acionistas da CST que compõem o grupo de controle da empresa. A CST opera uma usina siderúrgica, localizada no Estado do Espírito Santo, que, em 1995, produziu 3,4 milhões de toneladas de placas de aço. A CST teve receitas de R$ 905 milhões e um lucro líquido de R$ 297 milhões, em 1995.

A Vale-Usiminas Participações S.A. (VUPSA) é uma coligada entre a CVRD e a Usiminas. A CVRD detém 50% da VUPSA. Em 1995, a VUPSA adquiriu quase todo o capital votante e aproximadamente 34% do capital total, tanto da Cia. Paulista de Ferro Ligas (CPFL), como da Eletrosiderúrgica Brasileira S.A. (SIBRA). A CPFL e a SIBRA representam, reunidas, os maiores produtores de ligas de manganês do Brasil, com uma capacidade nominal anual de 370.000 toneladas.


6.8 VALIA



A VALIA é uma entidade fechada de previdência privada, instituída pela CVRD em 12 de março de 1973, que tem como objetivo a concessão de benefícios suplementares ou assemelhados aos da Previdência Social.

6.8.1 PATROCINADORAS E PLANOS DE BENEFÍCIOS

I - São patrocinadoras solidárias do plano de benefício definido da CVRD as seguintes empresas e entidades: CVRD; Vale do Rio Doce Navegação S.A. - Docenave; VALIA; Rio Doce Geologia e Mineração S.A. - Docegeo; Fundação Vale do Rio Doce de Habitação e Desenvolvimento Social - FVRD; Florestas Rio Doce S.A. -FRD; Minas da Serra Geral S.A. - MSG; Cia. Hispano-Brasileira de Pelotização - Hispanobrás; Cia. Nipo-Brasileira de Pelotização - Nibrasco; Cia, Ítalo-Brasileira de Pelotização - Itabrasco.

As taxas de custeio, anualmente definidas pelo atuário externo, com base em avaliação atuarial, são as seguintes previstas para o corrente ano:

(I) 17,913% sobre a folha de pagamento dos participantes, para as seguintes empresa e entidades: CVRD; Vale do Rio Doce Navegação S.A. - Docenave; VALIA; Rio Doce Geologia e Mineração S.A. - Docegeo; Fundação Vale do Rio Doce de Habitação e Desenvolvimento Social - FVRD; Florestas Rio Doce S.A. - FRD; Minas da Serra Geral S.A. - MSG; e

(II) 14,837% sobre a folha de pagamento de empregados, para as seguintes empresas: Cia, Hispano-Brasileira de Pelotização - Hispanobrás; Cia. Nipo-Brasileira de Pelotização - Nibrasco; Cia. Ítalo-Brasileira de Pelotização - Itabrasco.

II - As empresas Celulose Nipo-Brasileira S.A. - Cenibra e Cenibra Florestal S.A. são patrocinadoras solidárias de um plano de benefício mixto. Esse plano é de benefício definido para os eventos de riscos (morte e invalidez) e de contribuição definida para os benefícios programáveis (aposentadorias). A taxa de custeio dessas patrocinadoras no corrente ano é de 4,71% da folha de pagamento.

III - A Valesul Alumínio S.A. é patrocinadora isolada de um plano próprio de benefício. Esse plano é de benefício definido para os eventos de risco e de contribuição definida para os eventos programáveis. A taxa de custeio dessa empresa para o corrente ano é de 5,49% da folha de pagamento.