São José toma dinheiro emprestado para pagar dívidas Agência Folha 09/05/97 22h45 De São José dos Campos O São José está recorrendo a empréstimos de até R$ 20 mil por jogo junto à empresa Tecsat para viabilizar sua participação no Campeonato Paulista de Futebol da série A-1. A falta de dinheiro em caixa é o motivo para os empréstimos. A Federação Paulista de Futebol assumiu o controle da renda nos jogos da série A-1. O São José recebe uma cota de R$ 21 mil nos jogos realizados no estádio Martins Pereira. A verba excedente dos jogos fica no caixa da Federação e só vai ser revertida aos clubes no final do Campeonato Paulista. No jogo de abertura da série A-1, contra o Palmeiras, o São José recebeu os R$ 21 mil de praxe. As despesas com taxas de arbitragem, INSS, bilheteiros, catracas, taxas de policiamento e outros impostos resultaram em um gasto de cerca de R$ 40 mil. Somente o INSS, que deveria ser pago, no máximo, dois dias após o jogo, ficou em R$ 15 mil. A renda do jogo foi de R$ 201 mil, com registro de 18.963 pagantes. Sem dinheiro para o pagamento das despesas, o São José teve que recorrer à patrocinadora para complementar a verba. Pelo contrato de patrocínio, qualquer despesa excedente aos R$ 50 mil mensais acordados, a exemplo da reforma no estádio, terá que ser ressarcida pelo São José. Segundo o diretor de futebol do São José, Eduardo Pandeló, a Tecsat vem cumprindo à risca o que foi combinado com a diretoria do São José. ''A Tecsat fechou um contrato de patrocínio com o São José e disse que iria investir no clube. O que estiver fora desse acordo deve ser ressarcido.'' Pandeló disse que o presidente da Federação Paulista de Futebol, Eduardo José Farah, concordou em repassar parte da verba retida nos cofres da entidade para o pagamento das despesas do clube. ''O presidente liberou apenas parte da verba para o pagamento de algumas taxas. Se ele abrisse uma exceção para o São José, todos os clubes exigiriam o mesmo tratamento.'' A presidente do São José, Lindonice de Brito, confirmou que o São José vai pagar as despesas extras da Tecsat com a verba das rendas dos jogos do Martins Pereira. Apesar de estar na décima terceira posição na série A-1 do Campeonato Paulista, a torcida do São José é responsável por garantir ao clube a sexta posição na classificação por renda. A renda média dos jogos no Martins Pereira é de R$ 50.119,39. Quanto ao público, o São José é o quinto clube no Paulista. Uma média de 6.693 pagantes comparece aos jogos. A Urbam (Urbanizadora Municipal), empresa vinculada à prefeitura e dona do Martins Pereira, não teve como arcar com as despesas de reforma do estádio. A Tecsat acabou bancando os gastos de R$ 174 mil, que serão repostos pelo São José. A Urbam está providenciando uma reforma na parte elétrica. O São José ainda tem que viabilizar o pagamento de dívidas junto ao INSS herdadas das outras administrações do clube. Durante a gestão do presidente Henrique Ferro, responsável pelo acesso do São José à série A-1 do Paulista, as contas com o instituto foram pagas.
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