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Jogadores do Avaí viram 'professores'

Por Fábio Zanini 22/08/97 16h33
Agência Folha
De Florianópolis

Estudantes de escolas municipais de Florianópolis (SC) estão tendo a oportunidade de ter aulas com alguns de seus maiores ídolos: os jogadores do Avaí, atual campeão catarinense de futebol.

Na semana passada, o clube iniciou um programa de orientação pedagógica junto a crianças carentes da cidade, em parceria com a prefeitura e a Agape (Associação de Garantia do Atleta Profissional).

''É um projeto a longo prazo. Estamos ajudando a formar cidadãos e, quem sabe, futuros craques'', disse Antônio Luís Sartoretto, 35, o Itá, lateral-esquerdo e capitão do time.

Os jogadores realizam o trabalho gratuitamente. Em palestras com cerca de duas horas de duração, conversam com garotos que têm entre 10 e 12 anos. A previsão dos jogadores é realizar pelo menos uma atividade deste tipo por semana.

''Falamos de tudo: boas maneiras, respeito entre os colegas, o perigo das drogas. Se você fala só uma vez, entra por um lado e sai pelo outro. Por isso, é importante que esse trabalho se mantenha constantemente'', disse Itá, que já jogou no Santos, Grêmio, Bahia e Criciúma, time em que conquistou a Copa do Brasil, em 1991.

A idéia do projeto surgiu em abril deste ano, durante um jogo amistoso contra a Chapecoense, de Chapecó (oeste do Estado).

''Era um jogo em defesa da paz nos estádios. O sucesso foi tão grande que decidimos expandir a campanha para escolas municipais'', afirmou.

Na opinião de Itá, os jogadores, por serem ídolos, acabam tendo maior autoridade para passar ensinamentos aos estudantes.

''Muitos dos jogadores um dia foram crianças carentes. Temos a obrigação de aproveitar nossa popularidade para mostrar que é possível conseguir o sucesso de forma honesta'', afirmou.

A equipe pensa também em colocar em funcionamento uma escolinha de futebol na periferia da cidade, onde as crianças, além de jogar bola, poderiam se alimentar e dormir. Algumas das aulas seriam dadas pelos jogadores.

''O garoto que é rico tem orientação e carinho em casa, mas crianças pobres e desamparadas ficam sem saber o que é certo ou errado'', afirmou.


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