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Jamaica e Japão lutam por conquista inédita

Agência Folha 15/11/97 16h57
De São Paulo

As seleções de Jamaica e Japão podem domingo, pela primeira vez na história, se classificar para um Mundial de futebol. Aos jamaicanos, basta um empate, em Kingston, contra o México, pelas eliminatórias da Concacaf. Para os japoneses, é preciso vencer o Irã, na Malásia, no jogo extra das eliminatórias asiáticas.

Para obter êxito, ambos os times estão apostando em brasileiros.

A Jamaica tem no comando de sua comissão técnica Renê Simões. Já o Japão deposita sua maiores esperanças nos atacantes Kazu (japonês que jogou muitos anos no Brasil) e Wagner Lopes (brasileiro que se naturalizou japonês).

Jamaicanos e japoneses terão como adversários seleções de maior tradição no âmbito regional. Na Concacaf, o México é quase imbatível. Já está classificado para a Copa -a décima primeira de sua história. Na Ásia, o Irã figura como uma das grandes forças. Jogou o Mundial em 78.

Para a Jamaica, o jogo de domingo significa a última oportunidade para jogar na Copa da França, já que será concluída a eliminatória da Concacaf. A equipe pode se garantir na Copa mesmo com uma derrota. Para isso, é preciso que os EUA não sejam derrotados em casa por El Salvador.

No caso do Japão, ainda existe uma outra alternativa. Caso perca domingo, enfrenta a Austrália, campeã da Oceania, em uma repescagem. Nesse caso, o time fará dois jogos, nos dias 22 e 29 de setembro, contra os australianos, que terão a vantagem de decidir em casa.

Japão e Jamaica, apesar de diferirem em vários aspectos sócio-culturais, apresentam semelhanças no contexto do futebol mundial.

Há questão de anos, o futebol não atraía nem jamaicanos nem japoneses. Enquanto a Jamaica dava atenção quase que exclusiva ao críquete, o Japão adorava o beisebol e reverenciava o sumô.

O desenvolvimento do futebol nas duas ilhas é recente, mas marcante. Nesta década, o futebol jamaicano conseguiu se desvencilhar um pouco de sua imagem amadora, em que os atletas só ouviam reggae e fumavam maconha. Hoje o país tem jogadores no exterior, e os estádios vivem lotados.

Também nesta década, o futebol japonês se profissionalizou de vez, com a criação da J-League, o campeonato nacional, e a escolha para ser uma das sedes da Copa- 2002.

Caso não se classifiquem para a Copa de 98, Jamaica e Japão sofrerão sério golpe no desenvolvimento de seu futebol.

As federações dos países temem que uma eventual eliminação faça com que o interesse pelo esporte fique reduzido.

Os EUA estarão fazendo parceria com a Jamaica na rodada decisiva das eliminatórias da Concacaf.

Se vencerem El Salvador, os norte-americanos automaticamente classificam os jamaicanos. Em contrapartida, uma vitória jamaicana pode dar aos EUA o primeiro lugar da competição e o título simbólico de ''campeão'' da região.

O México, mesmo classificado, atravessa séria crise após os dois últimos empates em casa, contra EUA (0 a 0) e Costa Rica (3 a 3). O técnico Bora Milutinovic está ameaçado no cargo.


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