Presídio para PMs tem quadras de esportes

Quartos para os detidos não têm grades

Agência Folha 03/04/97 22h03
De São Paulo

ViolenciaOs PMs presos acusados de matar, torturar e formar quadrilha em Diadema terão à disposição quadra de futsal, quadra poliesportiva e campo de futebol no presídio Romão Gomes, no Tremembé (zona sul de São Paulo). O presídio, usado pela PM para manter policiais acusados de crimes, não tem grades nas celas, que se assemelham a quartos, com beliches. As grades só existem para separar os alojamentos entre si.

A lotação do presídio também não se assemelha ao do sistema carcerário comum. Hoje, na Casa de Detenção, para presos comuns, havia 6.322 presos para 3.250 vagas. No 78º DP, nos Jardins, há 68 presos em uma cela construída para receber 16. No Romão, há lugares de sobra. Nos últimos 22 meses, a lotação não ultrapassou 250 presos, para 350 vagas. Os menores quartos, com capacidade para oito presos, têm 25 metros quadrados e quatro beliches.

A disponibilidade de espaço possibilitou a instalação de alojamento reservado para visitas íntimas, onde os presos podem ter relações sexuais com visitas. A comida do presídio militar é preparada por policiais que não estão cumprindo pena. O cardápio inclui sempre carne ou frango e salada, para acompanhar o arroz e feijão.

Os banheiros têm vasos sanitários no lugar dos tradicionais buracos existentes em cadeias e presídios do Estado. O tenente-coronel Roberto Allegretti, 45 anos, comandante do presídio, come a mesma comida dos internos. ''Não damos mordomias aos presos. A única coisa que fazemos é cumprir a lei de execução penal, de 1984'', disse Allegretti. ''Não temos piscina e também não permitimos telefone celular'', falou o coronel.