"O Pacotão" espera 4 mil em Brasília

Chuva não afasta público de sambódromo de Manaus

Agência Folha 09/02/97 17h54
De Brasília e de Manaus

Carnaval Mais de quatro mil pessoas eram esperadas neste domingo na saída de um dos mais antigos e irreverentes blocos de carnaval de Brasília, o Pacotão. Criado por um grupo de jornalistas, o bloco sempre teve de tudo: marcha-enredo, fantasias, caricaturas, alas improvisadas, presidente fictício e, principalmente, muita desorganização. Mais de mil foliões estão desde as 12h na concentração do bloco.

O Pacotão sai tradicionalmente aos domingos e às terças-feiras de carnaval. Este ano o bloco completa 20 anos e decidiu marcar a data com uma festa "mais condensada", segundo um dos criadores, Carlos Caetano. No lugar da habitual banda do maestro Celso, o bloco sai para um trajeto de quatro quilômetros com um caminhão de som e cerca de 20 músicos.

Como o símbolo do Pacotão continua o mesmo -uma tartaruga com uma garrafa de cachaça na mão- o trecho deve ser cumprido em cerca de oito horas. A marcha-enredo deste ano, "Segura 20 anos...", diz não à reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso. "O que identifica o Pacotão são as marchas satíricas, sempre políticas", diz Caetano.

Carnaval de Brasília
também tem danças do Maranhão

Como prova de que nem só de samba vive o carnaval de Brasília, sai na tarde deste domingo, na região central da cidade, o grupo Bumba-Meu-Boi, com danças típicas do Maranhão. Criado em 1963 com o patrocínio da Universidade de Brasília, o bloco reúne 30 integrantes maranhenses e brasilienses e mostra danças como o tambor de crioula, o cacuriá, o boiadeiro e, claro, o bumba-meu-boi.

Seu criador, o maranhense Teodoro Freire, 77, mantém até hoje os instrumentos originais para marcar o ritmo -maracás, pandeiros e matracas- e faz questão dos trajes próprios do bumba-meu-boi: calça azul-clara, camisa amarela com peitilho e chapéu. "Há 34 anos faço o carnaval da minha terra, que é autêntico. Não gosto de novidades", diz.

Chuva não afasta público
de sambódromo de Manaus

A forte chuva que atinge Manaus (AM) desde sexta-feira não assustou as 30 mil pessoas que lotaram o sambódromo da cidade para assistir ao desfile das escolas de samba do grupo principal, no sábado.

A forte chuva da noite de sexta-feira e manhã de sábado destruiu parte das fantasias e adereços das escolas. Pouco antes do desfile, operários ainda tentavam consertar os carros alegóricos que haviam sido estragados pela chuva. Durante o espetáculo, entretanto, não choveu e as escolas puderam evoluir normalmente.

Na noite de sexta-feira as escolas do primeiro grupo tiveram sua apresentação prejudicada pela chuva. Um blecaute chegou a atingir o sambódromo, que ficou sem luz durante quarenta minutos. Segundo a Eletronorte (Centrais Elétricas do Norte do Brasil), a falta de energia foi causada pela explosão de um transformador.

As escolas favoritas para vencer o desfile são Reino Unido da Liberdade, Mocidade Independente de Aparecida, Sem Compromisso e Balako Blaku.

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