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Governador do Rio recua e admite permanência de PMs

Agência Folha 09/04/97 20h40
Do Rio de Janeiro

Um dia após ter pedido à cúpula da Segurança Pública do Rio a expulsão dos policiais militares que espancaram favelados da Cidade de Deus (zona oeste do Rio), o governador Marcello Alencar (PSDB-RJ) admitiu, nesta quarta-feira, que eles podem permanecer no serviço público.

Na madrugada de 23 de março, seis policiais agrediram moradores da Cidade de Deus com socos, pontapés, joelhadas e pancadas com objetos contundentes. As cenas foram gravadas por cinegrafista amador e levadas ao ar, na segunda passada, pela Rede Globo.

Após a exibição das cenas de pancadaria, o governador determinou a prisão dos seis. Os policiais foram identificados como o major Álvaro Rodrigues Garcia, o terceiro-sargento João Carlos Barbosa, os cabos Geraldo Antonio Pereira e Sérgio Ricardo Paiva e os soldados Aldair Ferreira Menezes e Marco Aurélio da Silva.

Nesta quarta, em entrevista no Quartel-General da Polícia Militar, após se reunir com oficiais e delegados da Segurança Pública, Alencar disse que os PMs envolvidos terão de responder a processos administrativos antes de uma decisão final. Segundo o governador, esses procedimentos irão gerar ''a expulsão provável'' dos policiais militares.

Ao admitir a hipótese de que os PMs não sejam expulsos, Alencar afirmou que ''pelo menos'' no seu governo eles não voltarão a exercer atividades policiais. No caso, os policiais seriam transferidos para o DGP (Departamento-Geral de Pessoal), onde ficariam sem exercer funções na corporação.

''Eu não posso deixar de obedecer o processo legal. Eu fui advogado'', disse Alencar. Questionado sobre suas declarações anteriores de que iria pedir a expulsão, o governador disse que ''talvez'' não tenha sabido ''explicar direito''.



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