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Morre Valério Meinel aos 57 anos

AJB 13/12/97 15h40
Do Rio de Janeiro

Valério Meinel, um dos mais premiados jornalistas brasileiros, morreu na madrugada de sexta-feira, de infecção generalizada, após submeter-se a uma cirurgia para extração de pedras na vesícula. Valério tinha 57 anos e estava internado há 10 dias na Clínica São José, onde passou a última semana na UTI. O corpo será sepultado hoje, às 16h, no cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul. Carioca e torcedor fanático do Fluminense, Valério trabalhou na Manchete, Diário da Noite, Última Hora, Correio da Manhã, O Estado de São Paulo, O Globo, Folha de São Paulo e, nos últimos anos, trabalhava como free-lancer.

Valério teve um dos pontos altos de sua carreira de repórter na cobertura da morte de Cláudia Lessin Rodrigues, assassinada numa festa regada a drogas em 76, no Rio. Seu trabalho ajudou a polícia a elucidar o caso e mereceu em 77 o Prêmio Esso de Jornalismo. Ele escreveu um livro sobre o caso (Porque Cláuda Lessin vai morrer), depois transformado em filme. Também foi marcante sua atuação como repórter na cobertura do Caso Aézio, um servente de pedreiro que morreu torturado na cela de uma delegacia na Barra da Tijuca em 79. O trabalho rendeu outro livro de sucesso, O caso Aézio.

Maurício Menezes, seu maior amigo, lembra que a paixão pela profissão sempre levou Valério a extremos. "Ele fez um número imenso de amigos na mesma proporção que fez inimigos", diz. E alternava momentos de muita irreverência com mau-humor. "Certa vez, durante uma entrevista coletiva na delegacia de roubos e furtos, arrancou gargalhadas dos colegas e deixou o delegado irritado quando atendeu o telefone, dizendo em voz alta: "Divisão dos Roubos e dos Furtos!".


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