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Ex-diretor de cadeia do Paraná é preso a pedido de CPI

03/05/2000 22h25
da Agência Folha

O ex-diretor da Cadeia Pública de Foz do Iguaçu (PR), Wanderley Batista de Oliveira, foi preso nesta quarta-feira (3) a pedido da CPI do Narcotráfico, sob acusação de desvio de dinheiro público.

Batista de Oliveira estava afastado da direção da cadeia pública havia sete meses. Sua prisão foi decretada pelo juiz Marcelo Gobbo Dalla Déa.

A CPI encerrou seus trabalhos na fronteira, nesta quarta-feira, às 17h. Durante dois dias, os deputados tomaram conhecimento do esquema de entrada de drogas no país via Foz do Iguaçu.

Segundo depoimento prestado pelo investigador Paulo Roberto de Oliveira, no primeiro dia dos trabalhos, a droga entraria em fundos falsos de caminhões de combustíveis, de piche e de cargas de soja, carvão e trigo.

O que mais chocou a comissão, segundo a deputada Alcione Barnalho (PMDB-PA), foi a denúncia de que, possivelmente, a maioria das 68 pessoas que foram enterradas como indigentes no ano passado na cidade sejam doleiros que se negaram a pagar propina ao ex-delegado de polícia Luis Carlos de Oliveira.

O ex-delegado foi chamado para depor, mas não compareceu. O deputado Padre Roque (PT-PR), um dos integrantes da comissão, disse que a CPI vai investigar e, posteriormente, pedir a exumação dos corpos. “É muito estranha essa situação”, afirmou o padre.

Em seu depoimento à comissão, o investigador Luís Carlos Oliveira relatou que ano passado, na cidade de Toledo (cerca de 290 km de Foz do Iguaçu), policiais teriam simulado um assalto e dividido o dinheiro.

“Eles fingiram o assalto a um carro-forte da empresa Proforte (onde foram levados R$ 3,9 milhões)”, afirmou o investigador.

Divisão

O dinheiro do assalto ao carro-forte teria sido dividido, inclusive, pela cúpula da Polícia Civil do Paraná. Ele também disse que carros de polícia saíam de Foz do Iguaçu carregados com drogas.

Os deputados da CPI afirmaram que iriam pedir a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos denunciados pelo investigador.

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