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PF investiga suposta evasão de R$ 37 bilhões pela Deus É Amor

11/05/2000 21h25
LARISSA SQUEFF
repórter da Folha Online

A Polícia Federal informou na tarde desta quinta-feira que mais de R$ 124 bilhões deixaram o país pela cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná, que faz divisa com o Paraguai, entre 92 a 99.

A polícia investiga a denúncia de que pelo menos 30% (cerca R$ 37 bilhões) desta quantia teria sido enviada para fora do país por David Miranda, presidente e criador da igreja neopentecostal Deus É Amor.

No ano passado, a equipe da Polícia Federal de Foz do Iguaçu, que investiga várias empresas e pessoas _entre elas David Miranda_ que teriam enviado dinheiro a contas no exterior via Paraguai, ouviu o depoimento de um pastor da Igreja Deus É Amor.

Ele afirmou que a igreja enviou dinheiro para fora do país e também relacionou esse dinheiro ao tráfico de drogas.

David Miranda está sendo investigado pela PF de Foz do Iguaçu em dois processos que tratam dos mesmos crimes: evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

Ele já foi indiciado em um deles, o de número 545, e está sendo investigado em outro, o de número 263.

O delegado Protógenes Queiroz, coordenador da Divisão Contra o Crime Organizado (trabalho que reúne Receita Federal, Ministério Público e Polícia Federal), que está desde janeiro em Foz do Iguaçu investigando os casos de lavagem de dinheiro, chega a São Paulo nesta sexta-feira (12).

Queiroz irá ouvir o depoimento de Guilhermino Filho do Prado, ex-contador e ex-chefe do setor de exterior da igreja. Ele, que é considerado testemunha-chave do caso, foi apresentado na quarta-feira (10) à CPI do Narcotráfico da Assembléia Legislativa de São Paulo. O delegado da PF também vai ouvir David Miranda, que já havia prestado depoimento à Divisão Contra o Crime Organizado anteriormente.

O delegado disse acreditar que Prado seja de extrema importância para contribuir com as investigações que já estão em curso. ‘Muito do que a testemunha disse à CPI tem estrita relação com os inquéritos já existentes‘, disse.

A Polícia Federal descobriu que todo o dinheiro que saiu do Brasil nesses anos contou com a participação de um ‘laranja‘ que abria uma conta em Foz do Iguaçu e transferia as quantias em Real para contas CC5, que são de bancos internacionais.

O dinheiro é convertido para a moeda nacional do banco internacional no momento da transferência. O destino principal do dinheiro seria Paraguai, Nova York, Ilhas Cayman, Miami e Suíça.

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