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Traficante descreve distribuição de drogas e incrimina delegado
da Folha de S.Paulo 12/04/2000 15h46
O traficante Cláudio Henrique Góes descreveu em depoimento à CPI do Narcotráfico o esquema de distribuição de drogas de sua quadrilha no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Os deputados só conseguiram confirmar o verdadeiro nome do traficante após o início do interrogatório. Até o final da manhã, acreditava-se que ele se chamava Bruno.
O problema ocorreu porque o criminoso deu nomes falsos nas três vezes em que foi preso e a polícia falhou nas identificações por impressão digital.
Cláudio, que é marido da traficante Sonia Aparecida Rossi, a "Maria do Pó", delatou policiais e confirmou o envolvimento do delegado de Campinas Ricardo de Lima, suspeito de envolvimento do sumiço de 340 kg de cocaína apreendidos. Segundo deputados, os depoimentos do delegado e do traficante têm contradições.
A CPI também planeja ouvir Maria do Pó para esclarecer mais detalhes.
Agenda
O empresário Euclides Tada, dono de uma empresa de manutenção de aviões em Atibaia (SP), também deve depor nesta quarta na CPI do Narcotráfico. Tada é acusado de utilizar o hangar que possui na cidade como base para aviões que transportam drogas ao exterior.
Os deputados da CPI tiveram de reformular a agenda de depoimentos do dia porque havia mais interrogatórios programados do que o tempo permite. ALguns depoimentos podem ser deixados para a CPI Estadual do Narcotráfico, que promete continuar as investigações em São Paulo.
Também para hoje, está programado depoimento do policial Alexandre Aleixo, suspeito de traficar drogas para jovens de classe média alta em Alphaville, na Grande São Paulo.
Os deputados também pretendem realizar acareações do informante Laércio Cunha (nome falso) com policiais denunciados por ele, a maioria do Depatri (Departamento de Investigação de Crimes Contra o Patrimônio). Esses policiais também podem ter de responder a acusações de uma casal que diz ter sido espancado por eles.
Leia mais sobre a "banda podre" na Folha Online.
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