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Internos da Febem torturam `rivais´ em São Paulo

Agência Folha 23/10/1999 19h13
De São Paulo

Internos da Febem Imigrantes (zona sudeste de São Paulo) se rebelaram neste sábado, tentaram fuga em massa e torturaram garotos ``rivais´´, feitos como reféns, com chutes e socos na frente da polícia. Foi a primeira rebelião desde que a PM assumiu a segurança interna dos complexos da Febem Tatuapé e Imigrantes, em 25 de setembro, para tentar conter uma série de 12 fugas em 16 dias.

O motim começou, por volta das 14h, pela ala B da UAP 1 (Unidade de Acolhimento Provisório) e se espalhou pela ala C, envolvendo 600 garotos. O complexo tinha neste sábado cerca de 1.300 adolescentes.

Houve feridos no confronto entre grupos de internos rivais da mesma ala, segundo a Febem. O número oficial de vítimas não foi divulgado. Quatro funcionários da vigilância interna também se machucaram durante a rebelião, atingidos por paus e pedras, de acordo com o sindicato dos funcionários. A Febem confirmou apenas um agente ferido, mas explicou que ele apenas caiu.

Os internos incendiaram colchões dentro da ala. Telhas e tijolos retirados viraram munição contra a tropa de choque, que invadiu o complexo uma hora depois do início do tumulto. Houve confronto entre os internos e a PM. A polícia usou bombas de gás e balas de borracha contra as pedras. Apesar da confusão, ninguém conseguiu escapar da unidade, segundo a PM.

Segundo o presidente da Febem, Guido Andrade, que acompanhou o conflito pelo telefone e por informações das rádios, o tumulto já estava controlado às 16h. Mas ainda havia confronto entre internos e policiais até as 17h30. A rebelião só começou mesmo a acalmar depois das 17h30, quando mais PMs entraram na unidade. Ao todo, 350 homens da PM foram usados, além de bombeiros, que foram chamados para conter os incêndios.
(Alessandro Silva e João Carlos Silva)


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