BOB
DOLEO fim de uma carreira respeitada
Depois de
tentar três vezes ser indicado candidato, Bob Dole perde
fácil a disputa pela Casa Branca e deixa a carreira
política
BOL 21/11 21h48
Divulgação
"Vou me sentar um pouco,
refletir por alguns dias e em seguida vou me
levantar para lutar pelo que eu considero ser o
melhor para a América." Estas foram as
palavras de um Bob Dole cansado e rouco no dia
seguinte ao da eleição, em que seu adversário democrata
comemorava uma vitória tranqüila. Naquele
momento estava se encerrando uma das carreiras
políticas mais longas e mais respeitadas dos
EUA.
Na convenção
de San Diego, Dole foi aclamado candidato a presidente
pelo partido republicano, o GOP - sigla de Grand
Old Party. Esta foi sua terceira tentativa de
disputar a corrida para a Casa Branca. Foi um
caminho difícil. Até o início do ano, era considerado
o virtual candidato republicano na disputa contra
Bill Clinton. Nas primárias de New Hampshire,
ele perdeu para o ultraconservador Pat Buchanan.
Em março, teve uma vitória expressiva nas
primárias do Meio Oeste que lhe garantiram a indicação.
Durante a primeira parte da campanha, não
conseguiu empolgar o eleitorado e ficou mais de
20 pontos atrás do presidente Bill Clinton.
Resolveu renunciar ao seu mandato no Senado para
se dedicar exclusivamente à campanha. Mas foi a
indicação do moderado Jack Kemp para vice na
chapa o fato político mais significativo. Kemp
é mais jovem, 61 anos, e tido como menos conservador
que Dole. Durante a convenção, até o
ex-general Colin Powell deu seu apoio. Powell, no
começo da corrida sucessória americana, era
visto como o principal concorrente de Clinton.
Reduzir o tamanho do governo foi o centro do
discurso de Dole na campanha presidencial de
1996. Isso significa transferir responsabilidades
para "o povo" - ou seja, para os
governos locais e estaduais.
Para agradar o eleitorado de classes média e
alta que tradicionalmente vota no seu partido,
Dole propôs uma reformulação dos impostos, com
redução da taxação na classe média. Também prometeu continuar
a briga em torno do equilíbrio do orçamento
federal, principal tema do Congresso americano
nos últimos tempos.
Líder de seu partido no Senado há mais de uma
década, Dole tem a seu favor a experiência
política e um passado de patriota que se orgulha
em lembrar. Há 53 anos, quando servia ao Exército
americano na Segunda Guerra, foi gravemente
ferido - o que lhe custou nove operações em
três anos.
Dole só
venceu em 18 Estados e manteve um tom elegante de campanha
até o final. Logo depois das eleições, a
principal especulação era quanto ao seu futuro.
O ex-senador estava sendo cogitado para ocupar um
cargo de conselheiro do Departamento de
Segurança.
BOB
DOLE - FICHA TÉCNICA
|
Nome |
Robert Joseph
Dole |
Data de Nascimento |
22 de julho de
1923 |
Formação |
Estudou nas
Universidades de Kansas e do Arizona.
Formou-se em Direito na Universidade
Washburn, em Topeka, estado do Kansas |
Cargos no Judiciário |
Juiz do condado
Russell, 1953-1961 |
Cargos no Legislativo |
Deputado em
Kansas, 1951; Membro da Câmara de
Representantes, 1961-1969; senador, desde
1969; líder da maioria e da minoria no
Senado, 1984-1996 |
Cargos partidários |
Presidente do
Comitê Nacional Republicano, 1971-1973 |
Candidato |
Vice-presidência
na chapa republicana, 1976 |
Estado civil |
casado com
Elizabeth Hanford Dole em 1975, três
anos depois de divorciar-se da primeira
esposa Phyllis Holden, após 23 anos de casamento,
com quem teve uma filha, Robin |
|