Funeral de Diana bate
recorde de audiência na TV


Cortejo é acompanhado por um milhão nas ruas

AP/Bloomberg 06/09/97 21h43
De Londres

Segundo o jornal Boston Globe, a maior audiência na história da televisão -estimativa de 2,5 bilhões de espectadores- acompanhou o enterro da princesa Diana no sábado. A BBC fez a cobertura para mais de 200 países, em 44 idiomas -a mais ampla transmissão ao vivo em seus 75 anos. Sua principal rival, a Independent Television News, também forneceu cobertura para os principais canais nos EUA, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, Canadá e Alemanha.

As regras do jogo foram definidas cedo, com as redes concordando em não mostrar membros da família real nem os Spencer em seus lugares na abadia de Westminster. Uma ausência bastante notada na cobertura das TVs foi das pessoas que fizeram de Diana "a pessoa mais caçada da idade moderna", como definiu o irmão da princesa em sua marcante eulogia. O funeral ficou livre de seus perseguidores mais vorazes, os paparazzi.

O corpo da princesa Diana foi levado para o enterro na propriedade de seus ancestrais depois do funeral em Londres, que atraiu pelo menos um milhão de pessoas. Durante a cerimônia, na abadia de Westminster, o conde Spencer, irmão da princesa, disse que Diana tinha sido caçada pela mídia. Diana morreu domingo passado, quando o carro em que estava bateu em Paris, durante perseguição por fotógrafos atrás de fotos para jornais sensacionalistas. Embora o nome Diana fosse de uma caçadora na mitologia grega, "ela foi a caça", disse o conde, que teve o discurso aplaudido dentro da abadia e pela multidão nas ruas.

A multidão silenciosa viu a partida do cortejo fúnebre do Palácio de Kensignton - onde vivia Diana - numa procissão que durou quase duas horas até a abadia de Westminster.

Um sino tocava enquanto seis cavalos avançavam, puxando a carruagem de guerra que levava o féretro coberto com lírios e envolto na bandeira real, o símbolo da monarquia. Soluços e gritos angustiados chamando por Diana podiam ser ouvidos entre a multidão, enquanto várias pessoas jogavam flores no caixão que passava. Ao amanhecer - um dia frio e seco apesar do sol - o centro de Londres já estava inundado por um mar de pessoas. Alguns ficaram em pé durante toda a noite para guardar lugares com melhor visibilidade em frente aos palácios e à abadia.

"Eles (a realeza) devem ficar mais próximos do povo para sobreviverem", afirmou Doreen Duffell, de 50 anos, que se uniu à multidão na ampla avenida que leva ao Palácio de Buckingham. Outros lembravam que "Di era a única que demonstrava expressão em seu rosto. As expressões dos outros quase nunca mudam".

Esses comentários, que refletem o sentimento dos súditos, obrigaram a rainha Elizabeth II quebrar nesta sexta o protocolo e fazer seu primeiro discurso ao vivo pela televisão em 45 anos de reinado, para render tributos à sua ex-nora. "Nem nos bons, nem nos maus momentos, nunca perdeu sua capacidade de sorrir ou de rir, inspirando os outros com seu calor e sua bondade", afirmou a rainha, ao se referir à Diana. Nesta sexta também, os filhos da princesa de Gales - William e Harry - receberam condolências e saudações da multidão com rostos serenos e ocasionais sorrisos de agradecimento.


 

   
Pesquise em outras páginas através do Radar UOL

Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo
desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso,
sem autorização escrita do Universo Online ou do detentor do copyright.