Índice | Próxima

Fidel Castro denuncia plano para matar presidente da Venezuela

Das agências internacionais 01/12/1999 04h40

O presidente de Cuba Fidel Castro informou na noite desta terça-feira que seus serviços de inteligência descobriram um plano para assassinar o seu colega venezuelano Hugo Chávez. O complô, segundo o líder cubano, foi preparado por exilados cubanos residentes em Miami, nos Estados Unidos.

Em entrevista coletiva a jornalistas da Venezuela -que foram a Havana (capital de Cuba) para participarem de uma conferência de imprensa- Castro disse que ainda não havia avisado Chávez do plano de atentado.

O presidente da ilha levou os jornalistas aos arquivos do seu serviço de inteligência para mostrar documentos, que comprovam que houve uma reunião de cubano-americanos em Miami (Estado da Flórida), no dia 18 de novembro. Neste encontro, existia um complô armado para matar Chávez em dezembro.

Castro disse que o comando das operações para matar Chávez chegaria por meio de um terceiro país para não levantar suspeitas das autoridades.

O líder cubano declarou que os venezuelanos "não têm uma estrutura de segurança organizada para conseguir evitar um possível atentado contra o presidente do país».

Castro disse que é por isso que já revelou o plano em Cuba. Desta forma, acredita o cubano, haveria tempo de se impedir uma tragédia.

Os autores do crime fariam parte de um grupo financiado pela influente Fundação Nacional Cubano-Americana.

Os dirigentes desta entidade anticastrista vêm afirmando que são contrários ao uso da violência para banir Castro de Cuba.

A porta-voz da fundação, Ninoska Pérez, afirmou, depois de uma longa gargalhada, que a denúncia de Castro é "ridícula».


Fundação Nacional Cubano-Americana

A Fundação Nacional Cubano-Americana (FNCA), grupo anticastrista baseado em Miami, Flórida (Costa Leste dos EUA) é considerada a mais organizada entidade de oposição ao governo atual de Cuba.

A fundação reúne os principais grupos de exilados cubanos opostos ao regime comunista de Fidel Castro, no poder desde 1959.

Em diversas oportunidades, o governo de Havana vem denunciando ações criminosas pela FNCA, entre elas atos de terrorismo e tráfico de entorpecentes entre o Caribe e os Estados Unidos.

Cuba diz ter provas de que exilados da FNCA planejaram os atentados em Havana em setembro de 1997, quando um italiano foi morto. A fundação negou a versão. O suspeito de praticar o crime, o salvadorenho Raúl Ernesto Cruz León, teria admitido ter alojado bombas, logo depois de ter sido preso pela polícia de Castro.

A fundação tem sede na Flórida não só pela sua proximidade geográfica com a ilha de Cuba. O Estado sulista dos EUA abriga uma significativa comunidade cubana ultraconservadora, que advoga a saída de Castro do poder.

Colaborou a Agência Folha


Índice | Próxima



Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo
desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso,
sem autorização escrita do Universo Online ou do detentor do copyright.